Era uma vez...
Há muito tempo, bem longe daqui, nasceu um menino a quem vieram a chamar Salvador. Essa criança, aparentemente igual a tantas outras, cedo revelou possuir um dom.
Mas a Vida, esse fio de água que desliza pacato entre as margens, nem sempre é assim da nascente à foz. Basta uma simples tempestade para que as águas logo se tornem agitadas e arrastem consigo o que apanham no caminho. E, por mais barragens que ergam para conter essa fúria, de nada adianta, sempre haverá uma fissura.
Este Salvador de que vos falo não é nenhum deus, quanto muito um pobre diabo. Galego, anarquista, com um passado ligado ao narcotráfico, é um pintor de rua com talento que o vai trocando pelo tabaco e álcool. Hoje ele fez o meu retrato e eu tentei fazer o dele.
(as fotos são uma gentileza do Amigo Rocha)
Bom texto para ilustrar a figura do Salvador. Nem só através da pintura ou da fotografia se conseguem bons retratos!...
ResponderEliminarMas olha que tu pintas mesmo bem:)
ResponderEliminarIa dizer de forma divina mas acho pouco oportuno:)
Mas não é que está bom demais?
ResponderEliminarAdorava saber fazer das linhas e da essas maravilhas que nascem de vossas mãos!
Dons que o Salvador possui...e que o Rui tão bem transmite!
Linda a forma como descreveu Rui!
Abraço
Um belo retrato por palavras!
ResponderEliminarAlém das fotos e retrato pintado... :-))
Abraço
Gostei dos dois retratos. Cada pintura em seu estilo!
ResponderEliminarJá tinha ouvido elogiar este artista que vai vagueando pela nossa cidade.
ResponderEliminarGostei da divulgação, uma forma merecida de dar importância a quem tem valor.
É curioso que os críticos e os "entendidos" nesta coisa chamada das artes, não dispensam qualquer atenção a este grupo de artistas. Não lhe reconhecem ou não apreciam o seu talento.
A História está cheia de grandes nomes também anónimos ao seu tempo.
Quem sabe se não será um deles?
Choices... Os deuses obrigam-nos a fazer escolhas do diabo!
ResponderEliminarBoa reportagem!
Parabéns ao Salvador, o teu retrato está com muita "pinta".
ResponderEliminaroh! o Salvador que conheço também não é nenhum deus. Vende queijos frescos e pronto. O outro que conheci era médico e tinha muita dificuldade em distinguir uma constipação de tuberculose. deus não era decerto. Se bem que tinha uma mulher que fazia o meu imaginário: sem um cabelito fora do lugar, sempre de chapéuzinho e luvas calçadas, com baton e blush eternos. Como nem sabia que o blush existia supunha que tinha boas cores. E afinal, tinta :)
ResponderEliminarPelo menos esse salvador pinta. E salva alguma coisa.
Ora aqui está um retrato perfeito.
ResponderEliminarHá uns anos atrás, estive à conversa com este nosso amigo Salvador, estava ele a pintar, ali ao fundo da calçada que segue do Largo da Sé para o Castelo. Acabou por me contar esta história rocambolesca da sua vida.
Que tinha "fugido" para Portugal não fossem tramá-lo lá pela Galiza.
Às tantas até vou à procura dum vídeo onde ele me "concedeu" essa entrevista... ;)