A escolha foi feita pelo presidente da cidade, que era praticamente surdo, mas apreciava os gestos minuciosos do pintor. Foi a sua primeira e única decisão.
O presidente tinha sido eleito porque era muito indeciso e pelo menos assim não incomodava ninguém. A população, no entanto, quando ouviu o primeiro concerto da banda, revoltou-se.
Voltem a dar uma tela ao maestro! Alguém gritou.
O presidente, satisfeito, depois da sua primeira decisão ao fim de quatro anos, e julgando que a população estava a gritar Bis, decidiu candidatar-se a um segundo mandato.
A população, apesar da música, elegeu-o.
texto "O Presidente", de Gonçalo M. Tavares, in o Senhor Brecht
Gosto de pssar por cá, mas nunca comentei. Hoje ao ler lembrei-me do ditado:"Porque é que o sapateiro toca tão mal rabecão?"
ResponderEliminarBoa semana.
Que daríamos ao senhor presidente cá do país - não uma tela, certamente! Talvez um quadrinho a meio ponto...
ResponderEliminarAposto que a população que elegeu o presidente em causa "levou" anos com a expressão:"Se soubesses o que custa mandar, preferias obedecer toda a vida."
ResponderEliminarPor a ler tantas vezes por cima da porta da reitoria do meu liceu é que eu não gosto de mandar. Gosto muito mais que me obedeçam...
A população era parva como tudo...
ResponderEliminarCatema:
ResponderEliminarSerá da sovela?
:)
Carol:
ResponderEliminarA cor da linha deve ser cinzenta, só para não destoar...
Isabel:
ResponderEliminar“Pois é preciso que gritemos tão alto a verdade, que demos tal relevo à verdade que os surdos a ouçam e os próprios cegos a vejam”, dizia ele. Agora pergunto eu, o que é a verdade?
Rafeiro Perfumado:
ResponderEliminarNão percebi. Era?...