Entre os Nazis e a Inquisição vem o Diabo e....

A coisa passou-se mais ou menos assim. Estava eu a ler “Se Isto é Um Homem” quando a páginas tantas, no meio daquelas atrocidades nazis, decidi suspender a leitura. Ao espreitar de relance lá para fora vi-a fazer-me olhinhos. Ignorá-la? Como? Se ela lá estava a acenar-me desfiadora e provocante. Por mais diques ou barreiras que se coloquem em frente das águas em fúria elas acabam sempre por as transpor. Bolas! Um homem não é de ferro!!!

E foi então que o inevitável aconteceu. Peguei na ferramenta, fui-me a ela e marimbei-me para as consequências. Omitindo certos detalhes, digo-vos que em menos de um fósforo o meu ritmo cardíaco aumentou e a respiração tornou-se mais ofegante. Gotas de suor nasciam na minha testa, escorriam pelo meu peito e depois caiam desamparadas sobre ela que as absorvia ávida e insaciável. Dizer que aquilo era “areia de mais para a minha camioneta” não sendo falso também não é totalmente verdadeiro, i.e., amanhei-me como pude. Quando a deixei, completamente derreado mas orgulhoso, pareceu-me vê-la sorrir.

Depois de todo aquele esforço que me fez expelir tantos líquidos e me deu cabo das costas necessitava de um banho refrescante e retemperador. Assim o fiz. Estava já refastelado no sofá e ainda a pensar nas aventuras recentes quando a porta se abre e… - O que é que andaste a fazer para estar nesse estado?

Bem aquilo não soava a uma pergunta parecia mais o Torquemada e eu já me imaginava no Tribunal do Santo Ofício. Deve ter sido o meu ar abatido que me denunciou. Como não sei mentir, apenas omito certas verdades, respondi que estive lá em baixo com ela… - Armado em agricultor, outra vez? Depois não te venhas queixar!

Entre os Nazis e a Inquisição venha o Diabo e Escolha.