Antecipando-se ao mais madrugador dos galos e ao brilhante e dourado Astro Rei, com sua voz de comando firme e decidida, ciente da sua missão o despertador tocou, áspero e penetrante.
Ainda ensonado, no quentinho do leito, virei-me para o outro lado para tentar desfrutar um pouco mais desse prazer. O subconsciente contudo não me permitiu. Algo havia que me forçava a levantar. Aos poucos fui tomando consciência que a minha liberdade, brilhante ardente e abrasadora como fogo, se estava a extinguir. Agora, já só restavam as cinzas e de nada valia carpir. Havia que voltar aos horários e ritmos de outrora. Levantar de um pulo, fazer a barba com rapidez, o duche apressado, vestir sem demora, engolir o pequeno-almoço, pegar nas chaves, no carro, chegar cedo, ser o primeiro, abrir e fechar portas, alarmes, segredos e mais segredos, cofres e mais cofres, dinheiros, clientes (esses não têm preço), mala, mapas, estatísticas, pressão, impaciência, urgência, precisão, arrogância, simpatia, desprezo, atenção, olhar, ouvir, falar, conter, explodir!!!
No meio desse pesadelo acordei e lembrei-me destas palavras de Agostinho da Silva "... A reconquista do Éden comportaria para o homem a libertação do trabalho, lavá-lo-ia dessa mancha de animal doméstico sob o jugo, havia de o restituir ao que é o seu essencial carácter: o ser pensante”...
E foi assim, contrariamente ao que aqui expressei e com certa mágoa, que decidi não voltar a trabalhar. Alguém que me conhece até já me via num departamento de controlo de qualidade de uma agência de modelos femininos... Lamento, muito sinceramente, se vos desiludi. Acreditem! Essa não era a minha intenção.
Ainda ensonado, no quentinho do leito, virei-me para o outro lado para tentar desfrutar um pouco mais desse prazer. O subconsciente contudo não me permitiu. Algo havia que me forçava a levantar. Aos poucos fui tomando consciência que a minha liberdade, brilhante ardente e abrasadora como fogo, se estava a extinguir. Agora, já só restavam as cinzas e de nada valia carpir. Havia que voltar aos horários e ritmos de outrora. Levantar de um pulo, fazer a barba com rapidez, o duche apressado, vestir sem demora, engolir o pequeno-almoço, pegar nas chaves, no carro, chegar cedo, ser o primeiro, abrir e fechar portas, alarmes, segredos e mais segredos, cofres e mais cofres, dinheiros, clientes (esses não têm preço), mala, mapas, estatísticas, pressão, impaciência, urgência, precisão, arrogância, simpatia, desprezo, atenção, olhar, ouvir, falar, conter, explodir!!!
No meio desse pesadelo acordei e lembrei-me destas palavras de Agostinho da Silva "... A reconquista do Éden comportaria para o homem a libertação do trabalho, lavá-lo-ia dessa mancha de animal doméstico sob o jugo, havia de o restituir ao que é o seu essencial carácter: o ser pensante”...
E foi assim, contrariamente ao que aqui expressei e com certa mágoa, que decidi não voltar a trabalhar. Alguém que me conhece até já me via num departamento de controlo de qualidade de uma agência de modelos femininos... Lamento, muito sinceramente, se vos desiludi. Acreditem! Essa não era a minha intenção.
Acho que fizeste bem, já me estava a ver a escrever daqui a uns tempos "ai se o arrependimento matasse"...
ResponderEliminarAbraço!
Há assuntos em que não se deve tocar, nem a brincar... Perder a liberdade é um deles!
ResponderEliminarVale mais um Diabo da Tasmânia em liberdade do que um pavão (com todas as suas lindas plumas) aprisionado !