Em miúdo sempre gostei de procurar nos sítios mais ocultos pequenas velharias, para mim eram novidades, que por este ou aquele motivo foram ficando esquecidas no sótão, na cave e noutros recantos menos visíveis.
Há dias deliciei-me no escritório do meu pai a folhear livros antigos, a sentir-lhes o cheiro do papel amarelecido pelo tempo e dei comigo a cismar, a sonhar e fantasiar como outrora. Entre outros trouxe “Hora di Bai” (Hora de despedida) de Manuel Ferreira, conterrâneo do meu progenitor. Este romance leva-nos até Cabo Verde, a um tempo ultramarino, e aos eternos problemas do homem em sociedade. Actual.
Há dias deliciei-me no escritório do meu pai a folhear livros antigos, a sentir-lhes o cheiro do papel amarelecido pelo tempo e dei comigo a cismar, a sonhar e fantasiar como outrora. Entre outros trouxe “Hora di Bai” (Hora de despedida) de Manuel Ferreira, conterrâneo do meu progenitor. Este romance leva-nos até Cabo Verde, a um tempo ultramarino, e aos eternos problemas do homem em sociedade. Actual.
Desconheço esse livro, mas também me agrada mexer em coisas antigas, onde pessoas que conheci e de quem gostei passaram os olhos, quem sabe as mãos e de certeza o pensamento. Coisas que as olharam talvez mais que eu em seu silêncio de objeto e por elas suspiram nas noites compridas de invernos friorentos, a estalar saudades de verão em gemidos de madeira que dá de si. E penso, imagine, que as coisas são mais sinceras e enxutas de sentir que os homens que tudo mascaram e se envergonham até dos sentimentos grandes que os assolam.
ResponderEliminarE pronto. O que se diz das velharias!:)
Nunca lhe disseram que escreve muito bem? Parte do que aqui escrevi, faz tempo, já nem me lembrava. Os seus comentários avivaram-me a memória, por isso lhe fico grato. A bea não terá um blogue também para "nos" mostrar?
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