sexta-feira, 3 de abril de 2009

"Hora Di Bai"

Em miúdo sempre gostei de procurar nos sítios mais ocultos pequenas velharias, para mim eram novidades, que por este ou aquele motivo foram ficando esquecidas no sótão, na cave e noutros recantos menos visíveis.

Há dias deliciei-me no escritório do meu pai a folhear livros antigos, a sentir-lhes o cheiro do papel amarelecido pelo tempo e dei comigo a cismar, a sonhar e fantasiar como outrora. Entre outros trouxe “Hora di Bai” (Hora de despedida) de Manuel Ferreira, conterrâneo do meu progenitor. Este romance leva-nos até Cabo Verde, a um tempo ultramarino, e aos eternos problemas do homem em sociedade. Actual.

2 comentários:

  1. Desconheço esse livro, mas também me agrada mexer em coisas antigas, onde pessoas que conheci e de quem gostei passaram os olhos, quem sabe as mãos e de certeza o pensamento. Coisas que as olharam talvez mais que eu em seu silêncio de objeto e por elas suspiram nas noites compridas de invernos friorentos, a estalar saudades de verão em gemidos de madeira que dá de si. E penso, imagine, que as coisas são mais sinceras e enxutas de sentir que os homens que tudo mascaram e se envergonham até dos sentimentos grandes que os assolam.

    E pronto. O que se diz das velharias!:)

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    1. Nunca lhe disseram que escreve muito bem? Parte do que aqui escrevi, faz tempo, já nem me lembrava. Os seus comentários avivaram-me a memória, por isso lhe fico grato. A bea não terá um blogue também para "nos" mostrar?
      :)

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