sexta-feira, 24 de julho de 2009

A boa vida não dura sempre

Uma das minhas mágoas de reformado com a qual terei de viver agora e sempre, é não poder marcar férias. Não pensem que é fácil ultrapassar esta situação, eu já o vinha fazendo há trinta anos e agora acabou-se.

Mais do que a ausência ao trabalho, que era sempre motivo de alegria, o que me dava mesmo gozo era preencher o Mapa de Férias e conciliá-lo com colegas, feriados e pontes. As datas emaranhavam-se como nós de um novelo, todos os anos se justapunham, havia que ter a paciência de pescador ou de chinês, pinças e mãos de cirurgião (imaginem uma manada de elefantes numa loja de porcelanas). Após morosas e acaloradas discussões as peças do puzzle lá se encaixavam. Hoje estou órfão desses momentos. É triste, muito triste.

Se "o que não tem remédio remediado está", não adianta carpir mágoas. A minha sorte (nunca me abandonou e eu sempre a persegui), ou o que me vale é a minha mulher ainda trabalhar. Ela sim tem férias. Eu aproveito a boleia, senão… o que seria de mim? Agora vou dar um mergulho, não tarda nada ela regressa ao trabalho, porque a boa vida não dura sempre.

(Marina Portimão)

2 comentários:

  1. E realmente uma pena ....Porque não marcar um mapa de férias fictícias?
    Imaginas que não tens ,e.... de manhã ,acordas muito bem disposto..... e... algo acontece. SÃO FÉRIAS.
    A nossa mente é de facto prodigiosa.....BOAS FÉRIAS.....um beijinho RUI

    ResponderEliminar
  2. Não precisas de me agradecer as férias que te "concedi"!!!
    Any

    ResponderEliminar