quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Pai Natal???


Óleo sobre Tela 24x30 cm
"Pai Natal??? "
Rui Pascoal - 2014

Esta história ainda vai dar muito que falar...

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Espera


Espero sempre por ti o dia inteiro,
Quando na praia sobe, de cinza e oiro,
O nevoeiro
E há em todas as coisas o agoiro
De uma fantástica vinda.

Sophia de Mello Breyner Andresen

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Postal de Natal

Óleo sobre tela 60x80cm
Triste sin(a)o
Rui Pascoal - 2014

"...Quem poderá calar a voz do sino triste
que diz por dentro do que não se diz
a fúria em riste
do meu país?..."

(Manuel Alegre)



Votos de um Feliz Natal para todos vós.


sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Brado!



Passamos pelas coisas sem as ver,
gastos, como animais envelhecidos:
se alguém chama por nós não respondemos,
se alguém nos pede amor não estremecemos,
como frutos de sombra sem sabor,
vamos caindo ao chão, apodrecidos


(Eugénio de Andrade )



Bom fim de semana! 

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Pesar...

António Aleixo - Praça da República - Loulé
(Junto ao Café Calcinha)
Autor: Lagoa Henriques



Não me dêem mais desgostos
porque sei raciocinar…
só os burros estão dispostos
a sofrer sem protestar!

Esta mascarada enorme
com que o mundo nos aldraba,
dura enquanto o povo dorme,
quando ele acordar, acaba.


António Aleixo


sábado, 22 de novembro de 2014

Apesar das ruínas e da morte



Apesar das ruínas e da morte,
Onde sempre acabou cada ilusão,
A força dos meus sonhos é tão forte,
Que de tudo renasce a exaltação
E nunca as minhas mãos ficam vazias.

(Sophia de Mello Breyner Andresen)


quinta-feira, 13 de novembro de 2014

As Mãos


Óleo sobre Tela 80 x 120 cm
"As Mãos"
Rui Pascoal - 2014


AS MÃOS

Com mãos se faz a paz se faz a guerra.
Com mãos tudo se faz e se desfaz.
Com mãos se faz o poema – e são de terra.
Com mãos se faz a guerra – e são a paz.

Com mãos se rasga o mar. Com mãos se lavra.
Não são de pedras estas casas mas
de mãos. E estão no fruto e na palavra
as mãos que são o canto e são as armas.

E cravam-se no Tempo como farpas
as mãos que vês nas coisas transformadas.
Folhas que vão no vento: verdes harpas.

De mãos é cada flor cada cidade.
Ninguém pode vencer estas espadas:
nas tuas mãos começa a liberdade.

Manuel Alegre, in "O Canto e as Armas", 1967

sábado, 8 de novembro de 2014

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

"Deseja, deseja, deseja sem quebranto."


Rua das Murtas - Lisboa


“É preciso não duvidar. Deseja no tempo, a longo prazo, deseja com fé e firmeza, que todo o teu ser seja tendido para um alvo, como arco que despede a flecha, e verás! A vontade é a potência dispenseira dos milagres. A seu serviço deve haver um agente secreto, soberano, feiticeiro, que, se lhe dão tempo e apoio, prepara as possibilidades mais remotas, remove os contingentes mais contrários, traça a via viável, para que a ideia se converta em alvo. Deseja, deseja, deseja sem quebranto.”

In “A Via Sinuosa” de Aquilino Ribeiro.


(Ver mais fotos através do facebook - album Graffitis)

https://www.facebook.com/rui.pascoal.31/media_set?set=a.10202189864294545.1073741833.1427404446&type=3

domingo, 26 de outubro de 2014

Utopia...

Avª Duque D'Ávila - Lisboa (foto da filhota)

"A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar."

Eduardo Galeano


terça-feira, 21 de outubro de 2014

Clown

Óleo sobre Tela 30x60cm
"Clown"
Rui Pascoal - 2014

Clown, perdona, clown
se non si ride e non si applaude qui
clown, capisci, clown
siamo insensibili

Clown, guardaci, clown
siamo sicuri di non esserci
clown, capisci, clown
siamo invisibili





quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Sensibilidade(s)...

Óleo sobre Tela 30x50 cm
"Sensibilidade(s)..."
Rui Pascoal - 2014

“Por certo que uma mola inteligente faz mover as volições dos homens, no espaço e no tempo, com incrível rapidez e prodigioso ritmo. Dª. Estefânia, que acordara meus sentidos num estremeção tão violento, pouco a pouco fora-se amortecendo em meu desejo como sonho lúbrico da madrugada. Se às vezes tentava reconstruir-lhe a imagem, a minha visão porfiava com uma sombra. Dª Estefânia fugia-me num vago mais quimérico que o das mulheres irreais que, de salto, na mente se formam e se apagam. Bem sabia eu que sua pele era branca e transparente, duma veludeza de lírio; sua boca rosada, cheia desta púrpura saudável que rareia nas portuguesas; a testa solene como lanço de torre; cabelos loiros; olhos para confundir quem os olhe. Tinha a paleta com as cores, faltava-me o condão de tirar delas o fugitivo retrato. E desesperava-me, assim, a procurar numa via láctea a imagem que meus olhos possuíram.”

(In “A Via Sinuosa” de Aquilino Ribeiro)

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Um Livro, Várias Leituras...

Óleo sobre Tela 120x80cm
"Um Livro, Várias Leituras..."
Rui Pascoal 2014

"...
Então, peço-te, fecha esse livro; e
limita-te a olhar em frente, onde uma
porta se abre e o tempo que esperas
entra pela casa, com o sol da manhã."


Nuno Júdice

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Tarde de Outono


Numa tarde chuvosa de Outono
Ao som de música francesa
“Um pintor”, daltónico, mistura as cores…

Espreitando, de início, meio envergonhado,
O Sol acabou por sorrir.

domingo, 5 de outubro de 2014

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

O Gato e o Rato...


Óleo sobre Tela 60x80cm
"O Gato e o Rato..."
Rui Pascoal 2014

Um tem sete vidas e o outro... acham que escapa?

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Pirotecnia



Faço poemas de papel e tinta,
Sou fogueteiro destes artifícios.
Versos…
Girândolas de sonhos e cilícios
Alinhados no chão
Das laudas de brancura onde me iludo.
Quando a noite é demais,
E o sol de nenhum mundo dá sinais,
Ardem dentro de mim, com lágrimas e tudo.


(Miguel Torga , Diário Vols. I a VIII)

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Em "Off" Com Os Meus Botões

Quando uma pausa não é suficiente, é simples, desliga-se. 


Complicado é quando deixa de haver energia... ainda não é o caso.


terça-feira, 9 de setembro de 2014

Esta Luz Que me Fascina (Loulé)


Se o tempo
fosse
uma flor, o seu
perfume
seria
esta luz
escorrendo
pelas escarpas
do dia.


Albano Martins

sábado, 6 de setembro de 2014

Gente Feliz Dançando (Loulé)


Costuma dizer-se: quem não sabe ler... vê os bonecos. 


E foi assim que eu (verdadeiro pé de chumbo) fiquei ao olhar para estes movimentos tão expressivos.


Parabéns ao escultor (Jits Bakker) que os ensinou a dançar.


sexta-feira, 5 de setembro de 2014

"Quem não arrisca... "

"O Ciclista" (Jits Bakker) - Loulé

"Quem não se arrisca a um fracasso nunca chega a uma vitória."

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Viagem

Infante D. Henrique - Lagos

Aparelhei o barco da ilusão
E reforcei a fé de marinheiro.
Era longe o meu sonho, e traiçoeiro
O mar...
(Só nos é concedida
Esta vida
Que temos;
E é nela que é preciso
Procurar
O velho paraíso
Que perdemos).
Prestes, larguei a vela
E disse adeus ao cais, à paz tolhida.
Desmedida,
A revolta imensidão
Transforma dia a dia a embarcação
Numa errante e alada sepultura...
Mas corto as ondas sem desanimar.
Em qualquer aventura,
O que importa é partir, não é chegar.

(Miguel Torga)


quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Três de Setembro (1983)

Ano após ano... arranjámos um trinta-e-um.

Corniche, Casablanca, Marrocos (Junho 2014)

Ou sou eu que estou bem amarrado... ou és tu que não me deixas fugir.

:)


terça-feira, 2 de setembro de 2014

A Cantar de Galo...

Ferragudo

Colhe
todo o oiro do dia
na haste mais alta
da melancolia.

(Eugénio de Andrade)

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Utopia

Silves

Na brancura da cal o traço azul
Alentejo é a última utopia.

Todas as aves partem para o sul
Todas as aves. Como a poesia.

(In Obra Poética de Manuel Alegre)


sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Um Sopro de Poesia


Contemplando o azul do céu sentiu no ar um sopro de poesia
Fez asas das palavras e voou com as aves para dentro do poema.


Bom fim de semana!



quinta-feira, 28 de agosto de 2014

A Adiada Enchente



 Velho, não.
Entardecido, talvez.
Antigo, sim.

Me tornei antigo
porque a vida,
tantas vezes, se demorou.
E eu a esperei

como um rio aguarda a cheia.


(Mia Couto)

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Evasão...


" Um livro é uma janela pela qual nos evadimos. " 


terça-feira, 26 de agosto de 2014

O Gato

Minnie (a gata), na sua janela preferida

O gato, à sua janela,
ao Sol, que brilha fulgindo,
vai dormindo
vai pensando
e vai sonhando:

- «Ó minha linda casinha,
tu és minha, muito minha,
nem há outra melhor que ela ...»

O gato, à sua janela,
ao Sol, que brilha fulgindo,
vai dormindo,
vai pensando
e vai sonhando:

- «Pelas noites de invernia,
quando o vento, num lamento
muito lento, muito longo,
muito fundo, de agonia,
ruge e muge,
e a chuva bate à janela,
nos vidros fina a tinir...,
ai com é bom,
ai como é bom dormir
ao serão, todo enroscado
ao pé do lume doirado,
fazendo ron-ron, ron-ron..."

-«Ó minha linda casinha,
tu és minha, muito minha,
nem há outra melhor que ela ...»

O gato, à sua janela,
ao Sol, que brilha fulgindo,
vai pensando,
vai dormindo
e vai sonhando:

- «Não tenho inveja a ninguém:
nem aos pássaros no ar
a voar,
nem aos cavalos saltando,
galopando,
nem aos peixinhos no mar
a nadar;
não tenho inveja a ninguém,
aqui da minha janela
onde me sinto tão bem ...»

- «Ó minha linda casinha,
tu és minha, muito minha,
nem há outra melhor que ela ...» "
  

Afonso Lopes Vieira  

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Retrato


Eu não tinha este rosto de hoje,
Assim calmo, assim triste, assim magro,
Nem estes olhos tão vazios,
Nem o lábio amargo.

Eu não tinha estas mãos sem força,
Tão paradas e frias e mortas;
Eu não tinha este coração
Que nem se mostra.

Eu não dei por esta mudança,
Tão simples, tão certa, tão fácil:
- Em que espelho ficou perdida
A minha face?


(Cecilia Meireles)

domingo, 24 de agosto de 2014

O Cão



O cão que faz ão ão
É bom amigo como os que são
É bom amigo, bom companheiro
É valente, fiel, verdadeiro
E leal serviçal.
Tem bom coração
Que o diga o seu dono
Se ele o tem ou não
Quem vem de fora,
E chega a casa, é o cão
Quem diz primeiro
Todo prazenteiro,
Saltando e rindo
Contente,
E com olhos a brilhar de amor:
- Ora seja bem vindo
O meu senhor.
O cão que faz ão ão
É bom amigo como os que são.


(Afonso Lopes Vieira)

sábado, 23 de agosto de 2014

Metade



Metade

Oswaldo Montenegro

Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
A outra metade é silêncio
Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza
Que a mulher que amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante
Pois metade de mim é partida
A outra metade é saudade
Que as palavras que falo
Não sejam ouvidas como prece nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas como a única coisa
Que resta a um homem inundado de sentimentos
Pois metade de mim é o que ouço
A outra metade é o que calo
Que a minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que mereço
Que a tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que penso
A outra metade um vulcão
Que o medo da solidão se afaste
E o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável
Que o espelho reflita meu rosto num doce sorriso
Que me lembro ter dado na infância
Pois metade de mim é a lembrança do que fui
A outra metade não sei
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o seu silêncio me fale cada vez mais
Pois metade de mim é abrigo
A outra metade é cansaço
Que a arte me aponte uma resposta
Mesmo que ela mesma não saiba
E que ninguém a tente complicar
Pois é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Pois metade de mim é plateia
A outra metade é canção
Que a minha loucura seja perdoada
Pois metade de mim é amor
E a outra metade também


sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Doce (Re)Canto...


"... Canto porque o amor apetece.
Porque o feno amadurece
nos teus braços deslumbrados.
Porque o meu corpo estremece
por vê-los nus e suados."


(Eugénio de Andrade)


Estes (já não são os primeiros da época) até os passarinhos gostam.
:)

Bom fim de semana!


quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Revelação


O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.

(Fernando Pessoa)

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Dia Mundial da Fotografia


"Porque eu sou do tamanho do que vejo
E não do tamanho da minha altura."


(Alberto Caeiro)

domingo, 17 de agosto de 2014

Brinquedo


Foi um sonho que eu tive:
Era uma grande estrela de papel,
Um cordel
E um menino de bibe

O menino tinha lançado a estrela
Com ar de quem semeia uma ilusão,
E a estrela ia subindo, azul e amarela,
Presa pelo cordel á sua mão

Mas tão alto subiu
Que deixou de ser estrela de papel.
E o menino, ao vê-la assim, sorriu
E cortou-lhe o cordel.

(Miguel Torga)

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Ténis - Dupla invicta


Selfie da filhota

Esqueçam, o piso lento de Roland Garros, ou a relva de Wimbledon, Martina Navratilova, Steffi Graf, as manas Williams, Bjorn Borg, Andre Agassi, Jonh Mc Enroe, Boris Becker, Rafael Nadal e tantos outros. Aqui, na Praia do Pedrógão, o piso é outro e jogadores como estes não se encontram todos os dias...

:)

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Bucólica


BUCÓLICA

A tarde, doce como um fruto, cai,
De madura, no chão.
Venha alguém apanhar
A Vida!
Ou já não há quem saiba desejar
A maçã proibida?


Miguel Torga , Diário Vols. I a VIII

...........

Ameixas, tomates, xuxus... aqui não há maçãs proibidas, só bichadas.
:)


segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Fim de Semana


Estirado na areia, a olhar o azul,
ainda me treme o parvalhão do corpo,
do que houve que fazer para ganhar o nosso,
do que houve que esburgar para limpar o osso,
do que houve que descer para alcançar o céu,
já não digo esse de Vossa Reverência,
mas este onde estou, de azul e areia,
para onde, aos milhares, nos abalançamos,
como quem, às pressas, o corpo semeia.

Alexandre O´Neill, Poesias Completas

domingo, 10 de agosto de 2014

sábado, 9 de agosto de 2014

Grande Malha...


"Um homem só tem dois braços e a vida inteira lavra
a terra que não é dele e muitas vezes morre sem uma palavra
de protesto."


in “Terceira Idade” de Mário Dionísio.

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Dia Poético



DIA POÉTICO

Que lindo dia
De poesia
Se pôs!
A manhã baça,
O jornal carrancudo,
E, de repente, tudo
Cheio de luz e graça!

E que não há milagres!
Há mas são destes, que não provam nada…

É uma pena
Que a nossa alma seja tão pequena,
Ou já esteja ocupada.


(Miguel Torga , Diário Vols. I a VIII)

...


O mais simples fez-se, agora vamos passar à fase das compotas.
Sorte é ter quem me ajude… ou pensavam que o doce era só para mim?
:)

Bom fim de semana!

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

A Gaivota



Se uma gaivota viesse
trazer-me o céu de Lisboa
no desenho que fizesse,
nesse céu onde o olhar
é uma asa que não voa,
esmorece e cai no mar.

Que perfeito coração
no meu peito bateria,
meu amor na tua mão,
nessa mão onde cabia
perfeito o meu coração.

Se um português marinheiro,
dos sete mares andarilho,
fosse quem sabe o primeiro
a contar-me o que inventasse,
se um olhar de novo brilho
no meu olhar se enlaçasse.

Que perfeito coração
no meu peito bateria,
meu amor na tua mão,
nessa mão onde cabia
perfeito o meu coração.

Se ao dizer adeus à vida
as aves todas do céu,
me dessem na despedida
o teu olhar derradeiro,
esse olhar que era só teu,
amor que foste o primeiro.

Que perfeito coração
no meu peito morreria,
meu amor na tua mão,
nessa mão onde perfeito
bateu o meu coração.

Alexandre O´Neill






quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Navegar, Navegar


"O que faz andar o barco não é a vela enfunada, mas o vento que não se vê."


(Platão)

domingo, 3 de agosto de 2014

Jogo da macaca


Largo dos Trigueiros, Lisboa.

Naqueles tempos não havia consolas... mas era um consolo.
:)


sábado, 2 de agosto de 2014

Almada... de um lado e doutro


"Reminiscência" - Escultura efectuada a partir do desenho “Auto-Reminiscência”, de José Almada Negreiros, que poderá ser vista junto à Ribeira das Naus, em Lisboa.

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Portugal, andas tão mal...



País de azulejos partidos
de erva trepando entre paredes em ruína
País entregue à sua sina
sem olhos e sem ouvidos
  
País voraz ruminando o almoço
rindo ou chorando incapaz de sorrir
País de corpo aberto a quem está a seguir
País do rastejar entre a pele e o osso

Pulinhos para trás e para a frente
de polegar na cava do colete
foguetes procissões uns copos de palhete
país da pequenez de si mesma contente

País indiferente aos que dão por ele a vida
País herói se não há perigo em sê-lo
País de velhos do Restelo
dado à mão-baixa perto e consentida

País que tudo quer e nada quer tudo suporta
País do faz como vires fazer
País do quero lá saber
do quem vier depois que feche a porta

 MÁRIO DIONÍSIO
Terceira Idade

(1982)

quinta-feira, 31 de julho de 2014

Este nó na garganta...


Ó camponês,
não me dês
os bons-dias.
Nem tires o chapéu
à morte dos dias.

Berra!

Não queiras o céu
antes da terra.
  

(José Gomes Ferreira)