segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Assaltos perto do Natal

A onda de assaltos prossegue e parece não haver quem a trave. Gasolineiras, ourivesarias, lojas de material informático, casas particulares, tudo serve desde que tenha valor. O caso mais recente passou-se numa escola onde um amigo do alheio de cara destapada e com a maior das naturalidades arrancou sozinho esta bela árvore carregada de livros. Não me perguntem qual o tipo da árvore só vos sei dizer que não era a de Natal.

 Ele há cada um!

domingo, 28 de novembro de 2010

Dom Quixote e os Moinhos de Vento


Esta tarde ao vislumbrar algo bem longe vi-me montado no Rocinante, sem o fiel escudeiro mas com a adorada Dulcineia, a galopar desenfreado à conquista do Sol. 





 "— Quais gigantes? – perguntou Sancho Pança. — Aqueles que ali vês – respondeu o amo — de braços tão compridos que alguns têm quase duas léguas."




Terá sido do almoço bem regado (de azeite), ou do alho? Sei que eles atacam vermes, bactérias, parasitas, agora moinhos de vento...


sábado, 27 de novembro de 2010

LIVRO - José Luís Peixoto

Hoje venho falar-vos de Livro que ainda não li e que acaba de me ser apresentado pelo seu próprio autor de uma forma bastante simples muito descontraída e não menos carinhosa.


A emigração portuguesa com destino a França nos anos 60 é o tema central deste romance e é através dele que José Luís Peixoto tenta entender a história de Portugal e a evolução do país nos últimos cinquenta anos. 


Deixo-vos com um dos excertos que o escritor nos leu esta tarde na Ardina e convido-os a fazer o mesmo que eu.


“No alto do cabeço, o barbeiro tirava o cigarro da boca, como se desembaraçasse do bigode, chegava-o ao pavio e fazia cara feia enquanto segurava o foguete de braço esticado, a jorrar fagulhas, antes de o largar. Era um bicho ruim que queria ser solto. Mal podia, num ruído de lixa, esfregava-se no ar e estourava uma bola de fumo no céu, espécie de nuvem anã. De pescoço dobrado para trás, o Ilídio e o Cosme encostavam as mãos à testa para verem esse efeito. A cana, desarmada, indefesa, via-se sem pé e deixava-se cair sobre os campos, coitada.”


Boas leituras!

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Asas de Anjo - Carla Figueiredo


Exposição de pintura de Carla Figueiredo, brevemente em Leiria, a não perder.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Gato que brincas na rua (Fernando Pessoa)

Gato que brincas na rua
Como se fosse na cama,
Invejo a sorte que é tua
Porque nem sorte se chama.

Bom servo das leis fatais
Que regem pedras e gentes,
Que tens instintos gerais
E sentes só o que sentes.

És feliz porque és assim,
Todo o nada que és é teu.
Eu vejo-me e estou sem mim,
Conheço-me e não sou eu.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Longe da Capoeira

Óleo sobre Tela

E ainda nos queixamos nós do frio.

“Tadita” dela, tão longe da capoeira, sem a asa protectora da mãe galinha…

Mas isso pouco lhe importa. Ela sabe que para ter um poleiro confortável vai ter que esgaravatar imenso, não é verdade? 

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Diospiros

A propósito deste post, e do comentário que efectuei, ocorreu-me mostrar-vos estes frutos cá do quintal. Espero que a sua autora me perdoe pelo plágio.


(A minha filha adora-os mas vai ter que se contentar com a imagem)

domingo, 21 de novembro de 2010

Austeridade

Ora aqui está uma explicação simples sobre a origem desta crise financeira, como se vai resolver e quem a vai pagar.  


quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Flores à janela

Impressionante como o tempo passa...



Pensar que ainda ontem era Verão e que caminhamos a passos largos para o Inverno, sem que nada nem ninguém nos detenha, é no mínimo arrepiante.







mas pior...











muito pior que isso,













era não haver Primavera...,
















jardins coloridos e flores à janela.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Aceite o desafio

Depois de ler (isto) e ver (aquilo) pode comprovar que esta equipa de amadores não brinca em serviço. Ainda duvida?

terça-feira, 16 de novembro de 2010

"A pitinha põe o ovo e a menina..."

Estes ovos caseiros sem marca nem brinde, enviados a semana passada para Aarhus na Dinamarca, acabam de destronar os muito afamados Kinder Surpresa da Ferrero e criar um enorme problema a quem os recebeu.




















Acham que vai ser fácil parti-los? Quem pensa que eles já “estão fritos”?

"Adeus" (Eugénio de Andrade)

domingo, 14 de novembro de 2010

Quem os viu...


Hoje o tempo não deu para mais nada. Zzzz!... Zzzz!... Miau!...

sábado, 13 de novembro de 2010

Já falta pouco... (Anita)

Nas folhas que se soltam das árvores
Nestes dias curtos frios sem brilho
Sinto-te longe mas mais perto
Gozo o reencontro e sorrio

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

"O vento mudou e ela não voltou"

Não voltou ela mas voltei eu, desertor arrependido, às aulas de pintura e a esse alegre convívio brevemente interrompido.

Se a meteorologia, aquela parte da física que trata dos fenómenos atmosféricos e das suas leis, com vista à previsão do tempo, nem sempre acerta, que culpa tenho eu que aquela nuvem passageira de olhar tristonho e lacrimejante tenha desaparecido?

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Insólito Desassossego

Ir ao cinema hoje em dia é para mim um acto cada vez mais raro que tem vindo a decrescer consideravelmente por força das muitas alternativas existentes.

 Apesar desta redução tão acentuada o insólito aconteceu, duas vezes seguidas, nos últimos filmes que vi. A primeira delas, estranha e inédita, foi no Leiria Shopping com a película “Comer, Orar, Amar” exibida para uma plateia de duas pessoas… (eu e a minha cara-metade), a outra foi ontem no Teatro José Lúcio da Silva antes da projecção do “Filme do Desassossego” quando o realizador, perante uma sala repleta, usou da palavra e fez uma breve apresentação do seu mais recente trabalho para no final nos remeter para a leitura do livro.

Pegando nessa deixa de João Botelho aqui vos deixo com Bernardo Soares:

Pasmo sempre quando acabo qualquer coisa. Pasmo e desolo-me. O meu instinto de perfeição deveria inibir-me de acabar; deveria inibir-me até de dar começo. Mas distraio-me e faço. O que consigo é um produto, em mim, não de uma aplicação de vontade, mas de uma cedência dela. Começo porque não tenho força para pensar; acabo porque não tenho alma para suspender. Este livro é a minha cobardia".

P.S.: Vejam o filme mas não deixem de ler o livro!

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Adoro viajar

Acabei de ler “A Estação das Chuvas”, do escritor Afro Luso Brasileiro José Eduardo Agualusa.

Eu, que nunca fui a África (excepção a Marrocos) nem à América nem à Ásia, consegui viajar até esses continentes graças à Língua Portuguesa, esta planta velha que em terras férteis prospera e dá frutos tão doces e suculentos.

Reconhecendo as minhas limitações socorro-me das palavras de Maria Teresa Horta que assim resumiu este livro: “Assustador e envolvente, não perdoa a nada nem a ninguém e num ritmo por vezes alucinante, tão depressa nos mostra o lado luminoso, de maravilhamento de Angola, como o seu lado sombrio e de horror. Implacável.”

Não sei qual será o meu próximo destino mas uma coisa vos digo, gosto imenso de viajar.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Exposição de Pintura em Leiria

Foi inaugurada ontem no Instituto Português da Juventude de Leiria uma exposição de pintura, dos alunos da professora Dulce Bernardes, que, bastante orgulhosa pelo desempenho "dos seus meninos" os brindou a todos com rasgados elogios.



Depois das breves palavras da mestre seguiu-se o momento da poesia, José Régio e Fernando Pessoa, declamada de forma muito sentida por Fernando Patrício.






O pequeno José Miguel com o seu violino mostrou-nos que as notas mais harmoniosas não são as do Banco.





Depois destes aperitivos atacámos o prato principal e gostámos tanto que até repetimos. 



E você está à espera de quê? Olhe que a exposição termina já no dia 23 de Novembro, depois não se queixe. Vá lá que não se arrepende. 

domingo, 7 de novembro de 2010

Caruma do Pinhal de Leiria

Caruma, a folha do pinheiro, é o nome de uma nova banda musical que além de uma bela sonoridade possui letras que são autênticas agulhas.

Querem ouvir?

sábado, 6 de novembro de 2010

Exposição de Artes - Simplesmente delicioso!


Animem-se os amantes das artes que, é já na próxima segunda-feira, dia 8 de Novembro, no edifício do IPJ (Instituto Português da Juventude) em Leiria (Av. 25 de Abril), pelas 18H00, que vai ser inaugurada uma exposição colectiva de trabalhos dos alunos da pintora e professora Dulce Bernardes.  

A Arte é um bolo enorme de muitas camadas,  a pintura a música ou a poesia são apenas uma parte dos ingredientes, o que realmente lhe confere graça e lhe dá um toque especial, é você com a sua presença,  a cereja no topo.

Venha e comprove-o. Simplesmente delicioso!

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Cavaco critica “desprestígio da classe política”

O Presidente da República disse ontem estar muito preocupado com a falta de prestígio da classe política. Por mais que me esforce haverá sempre coisas que nunca entenderei, a razão da sua recandidatura, por exemplo. 



Hilariante, não?

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Who Wants To Live Forever

Para muitos é no Dia (1) de Todos os Santos que rumam ao cemitério, a enfeitar as campas dos seus familiares e amigos já falecidos, mas também há quem o faça no dia seguinte, de Finados. Respeito-os a todos.

Os meus sepultei-os vivos dentro de mim, assim não corro o risco de os perder.

 Flores? Todos os dias lhes mostro as mais frescas e coloridas dos jardins por onde passo, e, ao exalar o seu cheiro, sinto-os a sorrir para mim.


segunda-feira, 1 de novembro de 2010

O Planalto e a Estepe (Pepetela)

“A minha vida se resume a uma longa e sinuosa curva para o amor.
Começando por um caminho até Moscovo.
Não vos contarei todos os detalhes dessa viagem. Houve outras, também importantes, houve mesmo muitas viagens. Mas essa primeira viagem em arco amplo e súbitos desvios demorou mais, começou no Huíla, Sul de Angola, quando fui parido.
Nasci no meio de rochedos. A casa, porém, era de adobe.
Casa de adobe com rochedos à volta. Título de quadro?”

 Assim começa a história de um amor proibido, entre um angolano branco e uma rapariga mongol estudantes em Moscovo na União Soviética, numa época em que as ideologias falavam mais alto que os próprios indivíduos. O idealismo estava ligado ao comunismo e não passava disso mesmo, de idealismo. As igualdades tão desejadas e proclamadas no fundo não existiam e a desilusão pelo regime que se considerava perfeito, surge ao ver os mesmos vícios ambições e oportunismos que antes se criticavam.

“Tive uma infância feliz, livre. Vivi. Tive uma juventude de luta por nobres ideias, persegui sonhos, vivi uma revolução empolgante. Tive um grande amor e desfrutei dele até mo impedirem.”

Leitura recomendável a todos os que ainda acreditam no amor e também aos menos crentes. Convencidos?