domingo, 30 de janeiro de 2011

Mas Há a Vida

Mas há a vida
que é para ser
intensamente vivida,
há o amor.

Que tem que ser vivido
até a última gota.
Sem nenhum medo.
Não mata.

Clarice Lispector

sábado, 29 de janeiro de 2011

La Fête - Rodrigo Leão

Ainda não sei explicar bem a razão da minha atracção por esta valsa, será o som da concertina, ou o do violino?


Se não fosse um “pé de chumbo”, do tipo "elefante dentro da loja de porcelanas", deixava-me levar por esta música tão harmoniosa para o centro do salão. O meu pudor e o bom senso impedem-me de o fazer. Mas lá que arrasava, arrasava! Duvidam?



La Fête

Viens, fais la fête
Viens dancer toujours
Célébrer l'amour
Séche tes larmes
Regarde autour de toi
Souris a n'importe quoi
Il faut toucher les choses
Bois ton vin
Sent tes roses
Suis les mots du poète
Prends la vie
Fais la fête

Viens, vis la valse
Vis l'éclat des jours
Viens chanter l'amour
Ouvre tes portes
Reçois la vie chez toi
Gonfle ton coeur de joie
Il faut toucher les choses
Bois ton vin
Sent tes roses
Suis les mots du poète
Prends la vie
Fais la fête

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Carla Bruni

Já pensaram como seria o homem que nunca se engana e raramente tem dúvidas se a nossa primeira-dama também cantasse? Com algum esforço da minha parte ainda consigo imaginá-lo a trautear, “quero cheirar teu bacalhau Maria”, do Quim Barreiros, mas sem gracinha nenhuma e completamente fora do tom.

 Puxa! Ao menos dessa estamos safos!



quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Sou um grande teimoso!

Há imenso tempo que não pintava cá em casa, ontem deu-me para isso. O começo até nem está mal. Como não tenho unhas nem sei tocar viola, assobio para o lado e arranho como posso. O problema, nem é tanto o meu daltonismo, é mais a falta de jeito que é enorme. Mas não tenham pena de mim, isso não me impede de continuar a ser um grande teimoso.


























quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

A Vizinha do Lado

Vivo na Rua das Amoreiras mas, até hoje, amoras nem vê-las… 
Dá para entender? 



terça-feira, 25 de janeiro de 2011

I Don't Want To Talk About It


Nesta “altura do campeonato”, não me refiro apenas ao aspecto desportivo, acho que este título encaixa que nem uma luva…


É impressão minha ou isto arrefeceu mesmo?




I Don't Want To Talk About It

I can tell by your eyes
That you've probably been crying forever
And the stars in the sky don't mean nothing
To you, they're a mirror.

I don't wanna talk about it
How you've broke my heart
If I stay here just a little bit longer
If I stay, won't you listen to my heart?
Oh, my heart...

If I stand all alone
Will the shadows hide the colors of my heart?
Blue for the tears, black for the night's fears
The stars in the sky don't mean nothing to you
They're a mirror.

I don't wanna talk about it, how you've broke my heart.
But if I stay here just a little bit longer,
If I stay here, won't you listen to my heart?
Oh, my heart...

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Prece


"Dai-me Senhor:
a perseverança das ondas do mar,
que fazem de cada recuo um ponto
de partida para um novo avanço."

(Cecília Meireles)

domingo, 23 de janeiro de 2011

AVE Mundi (Rodrigo Leao)


Hoje é para muitos o dia de ir à missa e também de votar. Eu, não sendo crente, gostava de acreditar… 

Tenham um bom domingo!



sábado, 22 de janeiro de 2011

Urgentemente

Urgentemente

É urgente o Amor,
É urgente um barco no mar.

É urgente destruir certas palavras
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.

É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.

Cai o silêncio nos ombros,
e a luz impura até doer.
É urgente o amor,
É urgente permanecer.

Eugénio de Andrade

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

"O Quinto Cavaleiro"

Quem o garante é economista e professor de Economia, ex-catedrático e tudo e, se ele o garante, quem é o povo para duvidar?

Ora o que ele garante é que, se o povo não o eleger já no domingo, como é "essencial", abrir-se-ão os mares e desabará o céu. E pior acontecerá em terra: a sua não eleição à primeira volta provocará imediatamente, avisa ele, "uma contracção do crédito e uma subida das taxas de juros", com consequências apocalípticas para "empresas e famílias".

"Imaginem o que seria de Portugal, na situação económica e financeira complexa em que se encontra, se prolongássemos por mais algumas semanas esta campanha eleitoral", avisa de novo. O povo imagina e o que vê deixa-o petrificado de terror: ao lado da Morte, da Fome, da Peste e da Guerra, cavalga agora o Quinto Cavaleiro, o terrífico Mercado, e todos juntos precipitam-se a galope sobre "empresas e famílias".

Por isso o povo correrá a eleger o ex-catedrático no domingo. Ou no sábado, se lhe permitirem. Elegê-lo-ia até sem eleições (por exemplo, suspendendo-se a democracia por seis meses, assim se poupando milhões porque a democracia é cara). Só o ex-catedrático pouparia os 2,1 milhões de euros (um recorde absoluto) que gastou na campanha. E se, depois, na Presidência, poupasse ainda aos contribuintes uma parte dos 17,4 milhões que gastou em 2010 (outro recorde absoluto), talvez, quem sabe?, o crédito se descontraísse um poucochinho.

Manuel António Pina, no JN

Quantos seremos?

Não sei quantos seremos, mas que importa?!
Um só que fosse, e já valia a pena.
Aqui, no mundo, alguém que se condena
A não ser conivente
Na farsa do presente
Posta em cena!

Não podemos mudar a hora da chegada,
Nem talvez a mais certa,
A da partida.
Mas podemos fazer a descoberta
Do que presta
E não presta
Nesta vida.

E o que não presta é isto, esta mentira
Quotidiana.
Esta comédia desumana
E triste,
Que cobre de soturna maldição
A própria indignação
Que lhe resiste.


Miguel Torga




quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Ética ou Problema de Visão






Com estes óculos Raio-X só agora vejo o que fiz...








quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

O Meu Pai

Há quem diga que para um homem ser completo deve fazer três coisas na sua vida: “plantar uma árvore, ser pai, escrever um livro”.

Se o meu pai hoje fosse vivo faria anos e seguramente a família juntava-se para lhe cantar os parabéns. Mas este dia, é apenas mais um que se desfolha como tantos outros, não será jamais o do aniversário do meu pai.

Permitam-me partilhar convosco este auto-retrato que ele fez em 1965.


Auto-Retrato aos Quarenta

Permaneci saudoso a recordar
O que passei na doce mocidade
Na minha aldeia perto da cidade
P´ra onde fui ao tempo labutar

Não havia por certo no lugar
Garoto mais travesso na idade,
Afirmo-o com vergonha, sem vaidade,
Para que bem se possa ajuizar

A traquina juventude se enlaçou
Com laivos de malícia, saltitando,
Até que em claro momento se alterou…

Outros anos depois foram passando,
Mas a lição aprendida resultou
Na graça que me vem orientando

Manuel Jerónimo Pascoal 
 in Recortes de Uma Paixão - Testemunhos de 50 Anos de Jornalismo

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

José Carlos Ary dos Santos

Faz hoje vinte e sete anos que faleceu um poeta sobejamente conhecido e que dispensa apresentações. Para assinalar esta data deixo-vos com “O futuro” e a “Canção de Madrugar”.

O futuro

Isto vai meus amigos isto vai
um passo atrás são sempre dois em frente
e um povo verdadeiro não se trai
não quer gente mais gente que outra gente

Isto vai meus amigos isto vai
o que é preciso é ter sempre presente
que o presente é um tempo que se vai
e o futuro é o tempo resistente

Depois da tempestade há a bonança
que é verde como a cor que tem a esperança
quando a água de Abril sobre nós cai.

O que é preciso é termos confiança
se fizermos de maio a nossa lança
isto vai meus amigos isto vai.
                                     
(José Carlos Ary dos Santos)

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Intimidado



Em virtude de um comentário que efectuei fui intimidado a…

Herói é aquele que ainda tem forças para fugir, eu estou aqui encostado à parede, sem hipóteses de escapar, a dar o corpo às balas… a defender a minha honra

Misericórdia!

Ooh la la, Vive la France

Esta minha paixão pela língua francesa começou na Alliance Française através da leitura de “Les Aventures de Tintin”. Um pouco mais tarde e já com outra pedalada, no “Tour de France” do Eddy Merckx e do Joaquim Agostinho, embalei de tal maneira que era impossível travar. Mas os principais responsáveis por este meu afecto continuam a ser músicos como Jacques Brel, Georges Brassens, Edith Piaf, Charles Aznavour, Gilbert Becaud, Léo Ferré e tantos outros. 

Hoje deixo-vos com esta cantora bailarina e actriz alemã, UTE LEMPER, na interpretação deste velhinho mas de muito bom aspecto “Milord”. 


domingo, 16 de janeiro de 2011

O Sorriso do Lagarto


Este título, nada tem a ver comigo ou com o meu clube lembra-me uma anedota que o Juca Chaves contava sobre a hiena, foi o último livro que eu li. O seu autor é João Ubaldo Ribeiro, brasileiro, vencedor do Prémio Camões em 2008 atribuído pelo valor da sua obra literária, hoje comparado por muitos a Jorge Amado.

A sua escrita está repleta de ironia e humor. Depois de ter lido “Viva o Povo Brasileiro” e “A Casa dos Budas Ditosos” chegou a vez deste “O Sorriso do Lagarto”.

Este livro é um romance que gira em torno de um triângulo amoroso constituído por um biólogo excêntrico e solteirão, um político corrupto e a esposa, que há muito o deixou de amar. A estes personagens junta-se ainda um cientista que se dedica a experiências genéticas, mistura de humanos com chimpanzés e cujos resultados são autênticas aberrações. A ambição humana, o amor, a traição e o mistério são os temperos desta obra, desta actualidade, onde o mal acaba por triunfar.

Perguntarão vocês, afinal de que ri o lagarto? Garanto-vos que não é seguramente pelo resultado obtido ontem à noite em Alvalade…

sábado, 15 de janeiro de 2011

Não me peçam razões

Não me peçam razões, que não as tenho,
Ou darei quantas queiram: bem sabemos
Que razões são palavras, todas nascem
Da mansa hipocrisia que aprendemos.

Nâo me peçam razões por que se entenda
A força da maré que me enche o peito,
Este estar mal no mundo e nesta lei;
Não fiz a lei e o mundo não aceito.

Não me peçam razões, ou que as desculpe,
Deste modo de amar e destruir;
Quando a noite é de mais é que amanhece
A cor de primavera que há-de vir.

José Saramago

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Maria Bethânia canta "O doce mistério da vida"




...
Esta é a história do meu Menino Jesus.
Por que razão que se perceba
Não há-de ser ela mais verdadeira
Que tudo quanto os filósofos pensam
E tudo quanto as religiões ensinam ?

Alberto Caeiro

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

The Muppets: Bohemian Rhapsody

"Is this the real life?

Is this just fantasy?"

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Carinhoso

Este velho choro de Pixinguinha tem sido interpretado, ao longo destes quase cem anos, por tantos artistas como João Gilberto, Elis Regina, Caetano Veloso, Marisa Monte... 

Pessoalmente gosto muito desta versão,  talvez por ser o público quem canta ou pelo violão que encanta.



Meu coração, não sei por quê
Bate feliz quando te vê
E os meus olhos ficam sorrindo
E pelas ruas vão te seguindo,
Mas mesmo assim foges de mim.
Ah se tu soubesses
Como sou tão carinhoso
E o muito, muito que te quero.
E como é sincero o meu amor,
Eu sei que tu não fugirias mais de mim.
Vem, vem, vem, vem,
Vem sentir o calor dos lábios meus
À procura dos teus.
Vem matar essa paixão
Que me devora o coração
E só assim então serei feliz,
Bem feliz.
Ah se tu soubesses como sou tão carinhoso
E o muito, muito que te quero
E como é sincero o meu amor
Eu sei que tu não fugirias mais de mim
Vem, vem, vem, vem
Vem sentir o calor dos lábios meus a procura dos teus
Vem matar essa paixão que me devora o coração
E só assim então serei feliz
Bem feliz

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Ciranda da Bailarina

"Só a bailarina é que não tem..."





segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

La Maison Sur le Port

Reconhecem esta casa? Está um um pouco diferente mas continua alegre. Valha-nos ao menos isso!

domingo, 9 de janeiro de 2011

Chiclete com Banana

Ritmo contagiante este samba, não? Logo, logo o Carnaval está aí.


sábado, 8 de janeiro de 2011

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Eu cá nam bou botar cavaco...


Na manguem comigo. Eu cá nam bou botar cavaco. Nem pá larera… é muito fino e seco, arde comum um fósforo, na presta. Se fosse sobro ou azinho, isso sim era outra lenha, inté nos aquecia. Prefiro ir ao pinhal do Rei, à cata das pinhas, sempre ajudo a limpar as matas. Sim, que isto anda a precisar cá duma limpeza… depois nam se queixem dos fogos, seus maganos! 


Cavaco??? Nem pensar!!! Só o dos Açores, ou este do Júlio Pereira.


quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Quando te vi



Quando te vi



A manhã era clara, refulgente.
Uma manhã dourada. Tu passaste.
Abriu mais uma flor em cada haste.
Teve mais brilho o sol, fez-se mais quente.

E eu inundei-me dessa luz ardente.
Depois não sei mais nada. Olhei... Olhaste...
E nunca mais te vi. . . - Raro contraste! –
A madrugada transformou-se em poente.

Luz que nasceu e apenas cintilou!
Deixou-me triste assim que se apagou,
às vezes fecho os olhos; vejo-a ainda...

E há tanto sol dourando esses trigais!
Olhaste, olhei, fugiste... Ai, nunca mais,
nunca mais tive outra manhã tão linda!

Virgínia Vitorino

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Gracias a La Vida

Admito que “a provocação” do “post” anterior não teve o impacto que previa, terá sido erro de cálculo? 

Vou reformular a questão. Afinal de contas o que é a Beleza, ou melhor e mais importante, o que é a Mulher? 

Um grande enigma… como a Vida… a quem eu também agradeço.




terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Pequena provocação

Ainda tenho "esta farpa" espetada e não há meio de sair... 

"As mulheres muitíssimo belas surpreendem menos no dia seguinte"

Reconheço que não posso adiar por muito mais a ida ao oftalmologista. Haverá alguém, com uma visão menos turva que a minha, que me saiba explicar o significado desta frase de Stendhal? 



segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

O Mio Babbino Caro


Acabo de consultar na Net a página oficial de André Rieu e verifico com alguma tristeza que não se encontra agendada qualquer actuação para Portugal. Como li muito recentemente num jornal nacional que o “embaixador das valsas” viria ao nosso país fiquei algo surpreso. É certo que “não temos dinheiro para mandar cantar um cego”, somos pobrezinhos, mas honrados! 

Consolemo-nos por ora com “O Mio Babbino Caro “ na voz pura e celestial de Carmen Monarcha.



 (Acredito sinceramente que há anjos na terra, que choram e nos comovem, só não confio nos anjinhos!)

domingo, 2 de janeiro de 2011

Não canto porque sonho

Como dizia o poeta “pelo sonho é que vamos”. Imaginem a vida sem estes, ou sem cantores, um bocadinho triste não? Admito que possa haver muito boa gente que assim não pense, esses estão desde já dispensados de ouvir estas duas vozes, inconfundíveis, que marcaram toda a minha geração. “Chegamos? Não chegamos?”

Claro que havemos de chegar!


Não canto porque sonho


Não canto porque sonho.
Canto porque és real.
Canto o teu olhar maduro,
o teu sorriso puro,
a tua graça animal.

Canto porque sou homem.
Se não cantasse seria
o mesmo bicho sadio
embriagado na alegria
da tua vinha sem vinho.

Canto porque o amor apetece.
Porque o feno amadurece
nos teus braços deslumbrados.
Porque o meu corpo estremece
por vê-los nus e suados.

Eugénio de Andrade