quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Pressa para quê?

Imaginem-se no emprego, pela manhã, alegres e bem dispostos. O chefe, esse gladiador incansável a lutar contra o despertador, esse eterno atrasado que ainda não chegou com o seu ar carrancudo, nos deu os bons dias sem nos olhar enquanto nos estende uma mão mole e o augúrio de um dia colorido logo se dissipa. O céu azul de cerúleo transforma-se, como num passe de mágica, primeiro em azul ultramar, depois em azul da Prússia até se tornar negro. E, por mais misturas que se façam na paleta nada adianta. Está tudo ainda muito fresco… Agora só o tempo, essa enorme borracha, para apagar a tela, não os riscos.

Mas este dia de que vos quero dar conta não foi assim. Com céu limpo, como uma agenda em início de ano ainda por estrear, saímos de casa de amigos em Aveiro rumo ao Porto. Na vida há promessas, desejos, opções, alegrias, tristezas. Decidimos, desta feita, ir de comboio por todas essas razões.

Entre o Alfa Pendular, o Intercidades e o Urbano optámos pelo último por nos oferecer a melhor relação preço viagem, i.e., pagámos menos e andámos mais tempo.

E o resto da história?( perguntam vocês). Calma, isto não é nenhum TGV.

O importante não é a partida ou chegada mas sim a viagem. Pressa para quê?


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