quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Gato que brincas na rua (Fernando Pessoa)

Gato que brincas na rua
Como se fosse na cama,
Invejo a sorte que é tua
Porque nem sorte se chama.

Bom servo das leis fatais
Que regem pedras e gentes,
Que tens instintos gerais
E sentes só o que sentes.

És feliz porque és assim,
Todo o nada que és é teu.
Eu vejo-me e estou sem mim,
Conheço-me e não sou eu.

4 comentários:

  1. Até alguns animais têm sorte e este, ou melhor, esta, é uma delas. O mesmo aconteceu aos irmãos. O pior são "os estragos"... que fazer? são "garotos"! Mas como "de pequenino é que se torce o pepino", aí sai sapatada, de vez em quando... tabém as levei! E não fiquei traumatizada!!

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  2. Lindo, não é? O poema, claro! Que os gatos já nós sabemos que são lindos, sempre!

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  3. E eu, quanto mais conheço o "bicho homem", mais gosto dos meus gatos ( e dos meus cães, claro!)

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