domingo, 13 de março de 2011

Há dias assim...


...

Logo que a vida me não canse, deixo
Que a vida por mim passe
Logo que eu fique o mesmo.

Que importa àquele a quem já nada importa
Que um perca e outro vença,
Se a aurora raia sempre,

Se cada ano com a primavera
As folhas aparecem
E com o outono cessam?

E o resto, as outras coisas que os humanos
Acrescentam à vida,
Que me aumentam na alma?

Nada, salvo o desejo de indiferença
E a confiança mole
Na hora fugitiva.



(Ricardo Reis)

8 comentários:

  1. Com Pessoa é batota. Um post de qualidade garantida:)

    ResponderEliminar
  2. M:
    E os meus gatos? Não fazem inveja a qualquer pessoa?
    :)

    ResponderEliminar
  3. A inveja não será das "outras coisas que os humanos acrescentam à vida"?

    Haverá aqui uns laivos de contradição? :)

    ResponderEliminar
  4. Belíssimo, Rui! O poema é uma coisa séria. E os gatinhos, bem... são de cortar a respiração de tanto encanto!

    ResponderEliminar
  5. No meu regresso a Leiria os GATOS, fofinhos, fofinhos, dão-me as BOAS VINDAS!
    LINDÍSSSIMOS!

    Parabéns pelo conteúdo do BLOG, que está recheado de ideias, só nuns dias em que me ausentei...
    É um prazer vir espreitar...
    Helena

    ResponderEliminar
  6. Isabel:
    Os humanos têm tanto a aprender com os animais…
    Contradição? “Olhe que não doutor(a), olhe que não”.
    :)

    ResponderEliminar
  7. Carol:
    Os gatinhos são tão lindos… e felinos…
    :)

    ResponderEliminar
  8. Helena:
    Muito fofinhos… quando dormem… e fingidos.
    :)

    ResponderEliminar