segunda-feira, 1 de novembro de 2010

O Planalto e a Estepe (Pepetela)

“A minha vida se resume a uma longa e sinuosa curva para o amor.
Começando por um caminho até Moscovo.
Não vos contarei todos os detalhes dessa viagem. Houve outras, também importantes, houve mesmo muitas viagens. Mas essa primeira viagem em arco amplo e súbitos desvios demorou mais, começou no Huíla, Sul de Angola, quando fui parido.
Nasci no meio de rochedos. A casa, porém, era de adobe.
Casa de adobe com rochedos à volta. Título de quadro?”

 Assim começa a história de um amor proibido, entre um angolano branco e uma rapariga mongol estudantes em Moscovo na União Soviética, numa época em que as ideologias falavam mais alto que os próprios indivíduos. O idealismo estava ligado ao comunismo e não passava disso mesmo, de idealismo. As igualdades tão desejadas e proclamadas no fundo não existiam e a desilusão pelo regime que se considerava perfeito, surge ao ver os mesmos vícios ambições e oportunismos que antes se criticavam.

“Tive uma infância feliz, livre. Vivi. Tive uma juventude de luta por nobres ideias, persegui sonhos, vivi uma revolução empolgante. Tive um grande amor e desfrutei dele até mo impedirem.”

Leitura recomendável a todos os que ainda acreditam no amor e também aos menos crentes. Convencidos?

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