quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Todos riscados...


Quem não se recorda dos velhinhos e já ultrapassados (?) discos de vinil que fizeram as delícias da nossa adolescência?

Enquanto contemplava este magnífico trabalho de Carlos Aires não pude deixar de escutar o comentário meio indignado de uma senhora para o marido. “Como é possível fazerem uma coisa destas? Que mal empregados!!!”

Amigo que sou de ”fazer o bem sem olhar a quem” logo a tranquilizei. Senhora, não fique assim, eles estavam todos riscados…

FIL - Arte Lisboa 09

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Marc Sijan

Dado o seu extremo realismo, as esculturas deste Artista além de excelentes são impressionantes!





FIL - Arte Lisboa 09

domingo, 22 de novembro de 2009

Arte Lisboa 09

Apesar da minha “agenda” sábado estar bastante preenchida consegui equilibrar as horas no trapézio do tempo e seguir o sábio conselho da minha professora de pintura, deslocar-me à FIL para visitar a feira de arte contemporânea.

Ainda que tenha deixado a meio um agradável convívio, a viagem ter decorrido toda debaixo de chuva e sem luz do dia, mesmo assim foi fácil e valeu bem a pena. Mais difícil é dizer de tudo o que vi aquilo que mais me agradou.
















Fiquei dividido entre a pintura e escultura mas com os pés bem assentes no chão.


segunda-feira, 16 de novembro de 2009

É para o lado que dormimos melhor

Há uns anos atrás em Tétouan vi algo parecido a esta imagem…

Envolvido em seu turbante, um muçulmano sentado no chão segurava nas mãos escuras e ressequidas uma simples flauta. À sua frente tinha um cesto e uma pequena plateia de turistas mais curiosos que enfeitiçados. Ao som da música as serpentes lá despertaram e nós fomos presenteados com espirais de magia, algo parecido com a dança do ventre mas com muito mais escamas.

Aqui, no nosso cantinho, bem pode o artista esforçar-se. Habituados a ouvir música todos os dias e a toda a hora o resultado está à vista. É para o lado que dormimos melhor.

domingo, 15 de novembro de 2009

Fintas

Sábado à tarde, depois de “despachar” as minhas mulherezinhas para aquilo que elas mais gostam de fazer e que a mim me provoca náuseas, fui deambular pela baixa de Lisboa. Mesmo sem Sol a cidade estava alegre e colorida mercê dos muitos turistas, a maioria deles bósnios. À noite jogava-se o Portugal / Bósnia e eu, que já tinha bilhetes comprados de véspera, não queria perder o espectáculo…

Assim que o árbitro apitou para dar início ao encontro, girei sobre os calcanhares, flecti, fiz aquele jogo de cintura deixando-os amarrados como agora, tal é o poder do meu drible. Já sem adversários por perto, entrei calmamente com a minha cara-metade no Teatro D. Maria II para ver “O Ano do Pensamento Mágico”. Confessem não estavam à espera desta finta, pois não?




A peça é um monólogo sobre a perda, a mágoa e a tristeza. Deixo-vos aqui um pequeno excerto:



A vida modifica-se rapidamente…
A vida muda num instante…
Sentamo-nos para jantar
e a vida, como a conhecemos, acaba!


No final do espectáculo o público aplaudiu e o céu, também sensível e penoso, lá deixou escorregar as suas lágrimas. E, fosse da chuva miudinha ou não, o certo é que senti meus olhos embaciados.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Dar com os pés

Já por diversas vezes pensei em “dar com os pés” no blogue. Definitivamente! Embora ainda o não tenha feito sei que estou cada vez mais perto de o fazer. Até lá olho a imagem e cismo…
na margem Sul” desta folha, “jamais”!!!

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Dinossauros em Portugal

Há milhões de anos que os dinossauros se extinguiram. Este era um dado adquirido e irrefutável. Mas será mesmo assim? Recentemente esses terríveis répteis foram avistados numa serra em Portugal e...







... nada ficou como dantes.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Tira-nódoas

E se no meu corpo lânguido e sonolento ainda houvesse algum resquício do fim-de-semana, essa mancha teimosa e persistente que se recusa a sair, nada como umas braçadas revigorantes na barrela da piscina para a remover. Depois é só por a corar lentamente. Sinto-me logo melhor, mais limpo e mais fresco outra vez.

domingo, 8 de novembro de 2009

A Casa das Histórias - Paula Rego

Há dias que parecem voar como folhas de árvores sopradas pelo vento e há outros, calmos como o deslizar do fio de água da nascente que lentamente engrossa o caudal e em vez de se escoar desafortunadamente no mar é carinhosamente retido pelo abraço apertado da barragem. Assim foi o meu (nosso) fim-de-semana, cheio, pleno, transbordante.

Sexta-feira à noite fomos ao Teatro José Lúcio da Silva assistir a um concerto da Gleen Miller Orchestra. Na manhã de sábado, ainda com o som do jazz e swing nos ouvidos, rumámos à capital até casa dos herdeiros por via de uma entrega de artigos de primeira necessidade: roupa e comida. Depois do frigorífico e estômago devidamente abastecidos (o caril de galo caseiro estava óptimo), do lixo e embalagens (de uma ou duas semanas???) despejados, fomos de passeio até Cascais.

Pelo caminho recordei, inevitavelmente, histórias de outros tempos onde fui protagonista e desempenhei com toda a dignidade diversos papéis (namorado, auditor, condutor em noite de apagão…) Embora já retirado desses palcos é com nostalgia que relembro esses momentos que deixaram marcas. Chegados à velha vila piscatória sentámo-nos numa esplanada em frente ao mar. O Sol, envergonhado, não ousou aparecer. Mais atrevido um músico de sotaque brasileiro bem o tentou mas também não chegou a brilhar. Não querendo perder o Norte seguimos em direcção ao Farol Museu de Santa Marta. Este levou-nos para longe do perigo e guiou-nos com encantamento e fascínio até à sua história passada e recente.

Já cá fora, na Marina, o dia começava a escurecer e nós, agora um pouco mais iluminados pelas lanternas candeeiros e ópticas, atravessámos o parque quando os pavões recolhiam aos seus aposentos. Do outro lado a aguardar por nós estava A Casa das Histórias da Paula Rego. Calma! O espaço só fecha às 22horas. Primeiro vamos até à cafetaria que esta coisa de ver Arte com a barriga vazia não é fácil.

Só depois, e devidamente munidos de um esclarecedor audioguia, fomos contemplar calmamente as obras expostas. Talvez, por se tratar da segunda vez que observamos os trabalhos desta artista (a primeira foi há dois anos em Madrid), a sua receptividade tenha sido hoje maior. Impossibilitados de trazer para casa “A menina fazendo cócegas ao cão” (um acrílico de 1983) contentámo-nos com o livro Colecção. Como o passeio e esta crónica já vão longos vamos ficar por aqui com a promessa de outro dia voltar. Tenham uma boa semana!

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Furto

Furto

Saboreio este dia,
Fruto roubado no pomar do tempo.
Sabe-me a novidade,
Deixa-me os lábios doces.
Tem a polpa de sol, e dentro dele
Calmas sementes doutro sol futuro.
Cheira a terra lavrada e a maresia.
E tão livre e maduro,
Que quando o apanhei já ele caía.


Miguel Torga (Diário VIII - Outubro 1956)

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Magia com cartas - Fantástico

Vale a pena ver este vídeo - truque com cartas ao som de Sting.

http://videos.sapo.pt/jhnV7ZAaS9Zh27AJ22W8

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Terapia


Observo-te a fazer malha

Alegre, radiante, feliz

Miras a obra sem falha

Olhas para mim e sorris.

domingo, 1 de novembro de 2009

Éden Garden


Ia eu ainda a digerir as pataniscas de bacalhau e o arroz de feijão do almoço, mais as polémicas afirmações do nosso Nobel acerca da Bíblia, quando cheguei às portas do paraíso. Se antes duvidava que existisse agora, ao entrar lá pelo meu próprio pé, livre de tributo, barreira, ou santo porteiro, ainda estranhei. Mas, alegrem-se os menos crentes, pois afinal ele sempre existe.

Um enorme e tranquilo espaço verde para passear, meditar e reflectir (até parece o do meu clube), na Quinta dos Loridos no Bombarral, a dois passos de Óbidos. Budas, soldados em terracota, um lago com peixes, cisnes e patos - O Jardim da Paz. Perplexo perante a enormidade da obra do grande comendador Berardo só me vinha à cabeça um palavrão que ele tanto gosta de proferir. Não tendo a sua fortuna, e ainda menos o seu sotaque, opto por omiti-lo.

Contrariamente aos que dizem “a Oeste nada de novo” ele está aí e recomenda-se, de preferência com sol, o Éden Garden.