Lisboa (Alfama) - Março 2011 |
Não basta abrir a janela
Para ver os campos e o rio.
Não é bastante não ser cego
Para ver as árvores e as flores.
É preciso também não ter filosofia nenhuma.
Com filosofia não há árvores: há idéias apenas.
Há só cada um de nós, como uma cave.
Há só uma janela fechada, e todo o mundo lá fora;
E um sonho do que se poderia ver se a janela se abrisse,
Que nunca é o que se vê quando se abre a janela.
Alberto Caeiro, in "Poemas Inconjuntos"
Heterónimo de Fernando Pessoa
Diz a janela:
ResponderEliminar"Abro, logo existo" ou mesmo "só sei que tenho vidros duplos"
Ser grande é ótimo mas ser incomensurável é perfeito!
ResponderEliminar=)
Beijocas, seu moço.
Rafeiro Perfumado:
ResponderEliminarSe fecho desisto
Se abro insisto
Uso óculos
E não enxergo.
:)
Luna Sanchez:
ResponderEliminarTipo Toy Story, "até ao infinito e mais além".
:)
Ainda ampliei a ver se um dos números das portas era o 27, mas não.
ResponderEliminarFiquei bloqueado.
Não há filosofia que resista a tamanha fatalidade!
Como é que aquelas janelas, talvez viradas para o Tejo, conseguiram inspirar um poema tão inconjunto como este?
Do que uma pessoa se lembra de rebuscar no baú!?
Existo, logo penso
Oi Rui
ResponderEliminarGosto e já publiquei diversas vezes o poeta que sa.
esse de Alberto Caieiro já conhecia.
Li nao sei onde que ..."o que se pode ver à luz do sol é sempre menos interessante do que o que se passa por detrás de uma vidraça".
será? há controversias ... rs
bonita a foto com roupas estendidas à varandinha bem a gosto dos portugueses rs em plena Lisboa!
haja filosofia ... rs
abraços Rui
corrigindo o primeiro parágrafo:
ResponderEliminar... o poeta que sabe se multiplicar em vários.
* meu teclado é tão temperamental e ancioso, que sempre corta pedaços que nao pedi rs
Só é assim se nos prendermos em demasia à filosofia e não nos permitir-nos ler o que está para além desse conhecimento...a acção!!!
ResponderEliminarAbraço
as-nunes:
ResponderEliminarNão sou poeta, não lhe sei responder, mas "conheço" alguns...
:)
Lis:
ResponderEliminarQuando a chuva vem sem avisar é uma chatice. Molha-se a roupa e lá vai a poesia por água abaixo...
:)
CF:
ResponderEliminarNem me fale em acções... ultimamente é mais obrigações, obrigações...
:)
Absolutamente desconcertante este Fernando Pessoa, seja qual for o heterónimo em que escrevia. Mas não nenhum outro como ele!
ResponderEliminarCarol:
ResponderEliminar(Hoje quero ser do contra)
Não havia...
:)
Shiu! O que é belo não se comenta, frui-se... :)
ResponderEliminarMalena:
ResponderEliminarPediste para me calar...
Não te vou contrariar.
:)
Absolutamente incontornável, Alberto Caeiro!
ResponderEliminarObrigada pelo poema...
Abraço
Isso, isso : sem bordas.
ResponderEliminar;)
Rosa dos Ventos:
ResponderEliminarExactamente.
Luna Sanchez:
ResponderEliminarPois, pois...
:)
Lindo este Poema que eu desconhecia!
ResponderEliminarObrigada por trazer para o seu blogue poemas que nos enchem a ALMA e que, às vezes, enriquecem o nosso conhecimento....foi agora o meu caso...
Obrigada e traga mais maravilhas...são sempre preciosas...
helena
Helena:
ResponderEliminarEu é que lhe agradeço as suas palavras.
Bem Haja!
Obrigada por Fernando Pessoa e suas razões :) parece-me que olhar só a olhar é difícil,que tendemos ao artifício do que em nós já foi construído. Olhar o mar só a vê-lo, a rua apenas sendo o que mostra, é a hipótese da beleza pura. Tanta vez sem a consciência do bem que nos olhos mora. Mas que não deixa por isso de ali morar.
ResponderEliminarE, sim,, o poeta tem razão. Não há ideias. só sentidos a arrebatar.
Puxa! Gostei!!!
Eliminar:)