"A poesia deixa algo em cada leitor: uma sílaba, uma metáfora, um conceito, uma visão do universo. Cada verso é de natural ambíguo, tem duas caras, como certas pessoas que eu conheço, ou cem, ou mil. As palavras não dispõem de apenas uma carteira de identidade; usam várias, como os ladrões ou os contrabandistas. Costumam sair disfarçadas, ou incógnitas, ou fantasiadas como no Carnaval. O demónio da polissemia que habita nelas como uma segunda natureza, torna-as verdadeiros camaleões, que tomam a cor da paisagem ou do instante. São volúveis. Assim, é claro que, antes de variar de leitor para leitor, a Poesia, que se nutre da ineficácia ou da imprecisão das definições que a circundam, varia de poeta para poeta. A cada um exibe uma face particular."
(Ledo Ivo)
Muito boa definição de Poesia! Denigre-a um pouco se calhar intencionalmente, mas é essa polissemia que lhe dá verdadeiro valor.
ResponderEliminarNão é bem como a Lua - é pior. Porque a Lua só tem quatro fa(s)(c)es e a Poesia tem tantas quantas os leitores.
Beijinho
Carol:
ResponderEliminarDou a mão à palmatória...
:)
Olá, Rui.
ResponderEliminarEstou com a "carol": a poesia vale muitas luas.
Sendo a forma privilegiada da expressão, a poesia ajuda a que cada um encontre nela a resposta que procura, mesmo sem dessa busca ter consciência.
Isabel Soares:
ResponderEliminarA lua não tem luz própria (como o Sol) mas brilha refle(c)tindo a luz que o Sol lança sobre ela.
E sem poetas, a iluminá-la, poderia haver um eclipse da poesia?
:)