terça-feira, 2 de março de 2010

Kikia Matcho

As minhas mais recentes leituras prendem-se com uma pequena colecção de conceituados autores lusófonos que a revista Visão lançou.

Deste escritor guineense Filinto de Barros, que desconhecia por completo, li Kikia Matcho, romance/caricatura sobre os donos do poder ao longo dos tempos (sejam eles brancos, mulatos ou pretos). Aqui ficam pequenos excertos dessa obra:

“A força, a mentira baptizada de astúcia e o roubo encoberto pelo espírito messiânico de cristianizar os infiéis…”

“O discurso revolucionário de tudo fazer em nome do povo dera lugar ao com o poder não se brinca”.

“Os memos erros, os mesmos desejos de posse e mando, de desinteresse pela condição humana e as mesmas mentiras em nome das massas populares…”

“Os miúdos foram à guerra para correr com os brancos! Nós preparámos o caminho aos nossos filhos para nos livrarem dos brancos! Os brancos partiram, mas os nossos miúdos transformaram-se em brancos!”

“Ninguém era pobre num ambiente de pobreza. As pessoas pareciam felizes com o que tinham e ninguém exigia, por não ter conhecimento do que exigir”.

“É assim a África, o continente da vida, o continente que em vez de repudiar as influências externas acaba por as assimilar, transformá-las e fazer delas traços culturais à sua maneira”.

Boas leituras!

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