Há dias dividido entre dois prazeres, prolongar a aula de pintura ou assistir ao lançamento do último livro de Gonçalo Cadilhe, optei pelo mais cómodo, deixei-me ficar entre telas e óleos.
Agora, ao folhear “1 KM DE CADA VEZ”, sinto mágoa por não ter estado mais perto do escritor aventureiro, admiração pela sua coragem subversiva e inveja pela “liberdade de viajar ao sabor do tempo” que ele tão bem faz e descreve.
A dado passo do seu livro o autor confessa “… não gosto de casas mas gosto de janelas. Há qualquer coisa de sagrado numa janela, um altar primordial sobre horizontes das possibilidades humanas, uma relação que separa a luz das trevas… Uma janela tem, por definição uma parede a emoldurá-la… por vezes a parede e a respectiva janela podem concorrer para a mesma sensação de liberdade e movimento: é o caso da parede do compartimento de um comboio, que atravessa campos de trigo soviético, que fura desfiladeiros andinos… Uma janela pode ser a escotilha de um cargueiro, dar vista sobre aguaceiros equatoriais, sobre ondas preguiçosas… Para lá da janela estende-se o mistério da paisagem. A casa encerra o espaço, a janela desvenda e oferece o Mundo.”
Sem coragem para levantar âncora e zarpar de mochila às costas, à descoberta desses destinos que as agências de viagens não mostram, é através da sua escrita sentida que eu viajo comodamente instalado na minha alegre casinha...
Agora, ao folhear “1 KM DE CADA VEZ”, sinto mágoa por não ter estado mais perto do escritor aventureiro, admiração pela sua coragem subversiva e inveja pela “liberdade de viajar ao sabor do tempo” que ele tão bem faz e descreve.
A dado passo do seu livro o autor confessa “… não gosto de casas mas gosto de janelas. Há qualquer coisa de sagrado numa janela, um altar primordial sobre horizontes das possibilidades humanas, uma relação que separa a luz das trevas… Uma janela tem, por definição uma parede a emoldurá-la… por vezes a parede e a respectiva janela podem concorrer para a mesma sensação de liberdade e movimento: é o caso da parede do compartimento de um comboio, que atravessa campos de trigo soviético, que fura desfiladeiros andinos… Uma janela pode ser a escotilha de um cargueiro, dar vista sobre aguaceiros equatoriais, sobre ondas preguiçosas… Para lá da janela estende-se o mistério da paisagem. A casa encerra o espaço, a janela desvenda e oferece o Mundo.”
Sem coragem para levantar âncora e zarpar de mochila às costas, à descoberta desses destinos que as agências de viagens não mostram, é através da sua escrita sentida que eu viajo comodamente instalado na minha alegre casinha...
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