De Milão Até À Minha Alegre Casinha

Abreviando... Para trás ficou a Croácia e um enorme desejo de lá voltar. No regresso a casa ainda passámos por Milão onde visitámos a enorme catedral de estilo gótico situada na Piazza del Duomo.

Foi aqui neste local que Silvio Berlusconi ia sendo crucificado e só não virou santo graças à divina protecção dos seus “anjos de guarda". Perdeu-se assim ingloriamente mais um mártir…

Mas não é só a Fé que move montanhas, o comércio também… ali mesmo ao lado na Galleria Vittorio Emanuele...

Atravessando a galeria, de frente para o Teatro Scalla de Milão, damos de caras com o maior génio do Renascimento, Leonardo da Vinci...

A caminho de casa, talvez por estar tão perto do céu, lembrei-me destas palavras de Charlie Chaplin: "A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos". 

Resumindo... O passeio foi óptimo embora algo cansativo mas o melhor da viagem ainda estava para vir. Não há nada que se compare com a nossa casinha, pois não?

Split

Ao longo do caminho até Split as paisagens bonitas sucedem-se e extasiam-nos.

No centro desta cidade surge o antigo palácio romano do Imperador Diocleciano onde foram acolhidos no passado os refugiados de Salona. Hoje é uma multidão de turistas quem procura protecção para um sol abrasador.

Indiferente a tudo e a todos, o tempo passa…

às vezes parece deter-se e sorrir para nós.

Korcula... "esta vida de marinheiro"

Que melhor recepção poderíamos ter na terra natal de Marco Polo?

Um lindo peixinho! E tão fresco!!! Só não vos digo que foi pescado com o fio enrolado no dedo, com um pedaço de pão no anzol, só para não vos fazer inveja… 

Esta pescadora, por sinal muito bonita e simpática, autorizou-me a fotografá-la. Quanto a colocá-la no blogue (não a cheguei a questionar), era o mínimo que poderia fazer... 

Mas a simpatia e a boa disposição não se ficaram por aí. A nossa guia também era fantástica e tinha um sentido de humor muito apurado.

"Esta ilha é tão pequena que é impossível perderem-se", dizia-nos ela. Não sei não...

não fosse ter(mos) que regressar a Orebic e a Ston, onde umas ostras nos aguardavam, eu por mim ficava já por aqui...

Mas não fiquem a pensar que "esta vida de marinheiro" seja fácil, bem pelo contrário.

Cavtat

Bem-vindos a bordo!

O "comandante" deste "navio" vai levar-vos hoje à antiga cidade romana Epidaurum, hoje Cavtat, a cidade situada mais ao sul da Croácia. 

Muito atraente, graças à vasta vegetação mediterrânica, possui belas praias de águas transparentes despoluídas e quentes.

Por aqui os peixes abundam, são variados e fazem questão em nadar ao nosso lado.

E foi assim, desta forma serena e tranquila, que terminou mais um dia inesquecível.

Dubrovnik

Ela já não é propriamente "uma criança"... mas conserva ainda intacto todo o seu brilho toda a sua beleza todo o seu encanto. E tem charme. Muito charme. E uma forma de estar que nos deixa a sorrir...

Minhas senhoras e meus senhores é com enorme prazer que vos apresento a magnífica e deslumbrante pérola da Croácia - Dubrovnik.

Carinhosa, elegante, distinta, majestosa, fresca, transparente e luminosa, tanto de dia como à noite.

Zadar

Antes de nós chegaram os Ilírios, mais tarde os romanos.

Vendida por 100.000 ducados aos Venezianos, cedida à Itália após a I Guerra Mundial e bombardeada repetidamente durante a II...

regista ainda as marcas dos conflitos recentes com os sérvios.

"Saudação ao Sol" - Trezentas placas de vidro formando um círculo de 22 metros captam a luz intensa durante o dia e, quando o Sol se põe reflectem-na. Ao lado fica o órgão do mar, um conjunto de 35 tubos ao longo de 70 metros de degraus com orifícios, onde a ondulação e o vento são transformados em música (Nikola Basic).

Trieste

“Morre lentamente

Quem não viaja,

Quem não lê,

Quem não ouve música,

Quem não encontra graça em si mesmo…”

.......

Sempre que me ausento de casa mais do que é habitual a minha cabeça recusa-se a acompanhar o corpo e persiste teimosamente em querer ficar a pairar nas nuvens. Desta vez o destino de férias escolhido foi a Croácia, mais concretamente a bonita região da Dalmácia, mas primeiro passámos por Trieste.

Esta cidade foi ao longo da sua história palco de violentas lutas

e local de refúgio para outros,

ainda hoje há quem se defronte junto das suas muralhas...

Pessoalmente não peço muito desta minha vida, contento-me em ser apenas imortal…

até morrer.

Tempo...

Pára-me um tempo por dentro
Passa-me um tempo por fora
O tempo que foi constante
no meu contratempo estar
passa-me agora adiante
como se fosse parar
Por cada relógio certo
no tempo que sou agora
há um tempo descoberto
no tempo que se demora.
Fica-me o tempo por dentro
passa-me o tempo por fora.
(Ary dos Santos) 

(Fotos do passeio matinal entre a Vieira Vila e a Foz do Rio Lis)

A Dúvida Persiste...Até Quando?

Apesar das ruínas e da morte,

Onde sempre acabou cada ilusão,

A força dos meus sonhos é tão forte

Que de tudo renasce a exaltação

E nunca as minhas mãos ficam vazias

(Sophia de Mello Breyner Andresen)

......

Tenho poucas certezas e cada vez mais dúvidas... mas consigo entender esta poesia.

Frutas e Legumes (Os primeiros figos de 2011)

A "minha praia" está demasiado perto de casa ou pelo contrário excessivamente longe? Esta é outra questão que pode parecer simples, mas não é. Para cá vim de carro para lá vou de bicicleta...

E os tomates? E o resto? (perguntam vocês) Não se preocupem que à tarde alguém os levará. Eu assim tenho a tarefa mais facilitada, resta-me pedalar... até chegar lá.

Confissão...

...

Mas, conquanto não pode haver desgosto

onde esperança falta, lá me esconde

Amor um mal que mata e não se vê.

Que dias há que na alma me tem posto

um não sei quê, que nasce não sei onde,

vem não sei como e dói não sei porquê.

(Luís de Camões)

Tanga ou Tango?

Passos Coelho diz "não se comprometer com resultados rápidos, nem com sacrifícios suaves".

Depois da "tanga"... só pode vir o tango.

Namoros de Praia...

Diz um velho ditado que namoros de praia se enterram na areia. Isso nunca constituiu um problema para mim, “a minha praia” possui um areal enorme a perder de vista...

Bem sei que a minha visão já não é a mesma... mas esta paixão (não é de agora, foi-se consolidando ao longo de Verões escaldantes Outonos mornos Invernos frios Primaveras promissoras) mantém-se.

Trocá-la por outra não seria de todo impossível. Com este mar gelado e revolto, um vento forte e tempo inconstante, bastava esquecer as brincadeiras inocentes do menino, os sonhos do adolescente, as alegrias e tristezas do adulto e passar uma esponja sobre a memória...

Enquanto ela persistir, mesmo sem o brilho de outrora, a chama manter-se-á acesa.

Mas este “meu Pedrógão” também é sinónimo de pesca, voleibol, 

Filhota - Lagoa da Ervideira

bicicleta, pinhal, lagoa e de tanta outra gente simples…

 como eu.