quinta-feira, 31 de março de 2011

Bomba Atómica


Os juros da dívida soberana continuam a subir e o governo demissionário segundo o ministro das Finanças não tem legitimidade para pedir ajuda externa... 

O Presidente da República reúne-se hoje com os Conselheiros de Estado  (desta vez sem o seu amigo Dias Loureiro)...

Ouve-se já o tiquetaque... a bomba atómica está prestes a rebentar.

quarta-feira, 30 de março de 2011

A Farsa Trágica

Para quem ainda alimenta ilusões quanto ao que nos espera, transcrevo este texto de Baptista Bastos que foi hoje publicado no Diário de Notícias.

"A Farsa Trágica

As peripécias da revolução portuguesa sempre tiveram características incomuns. A via original para o socialismo foi um estribilho mais do que um conceito. Até hoje ninguém conseguiu descobrir qual a natureza dessa originalidade. Era uma época em que se bebia em excesso e quase tudo era permitido ou aceito com benigna complacência. Zeca Afonso comentava, irónico, que o álcool era, afinal, a via original para o nosso socialismo. O PREC constituiu mais do que um acrónimo: foi um modo de se tentar ludibriar a História e uma maneira, um pouco louca, um pouco ingénua de se viver a vida. Até então, as coisas eram direitinhas, brunidas, organizadas em esquadrias. Falava-se baixinho, escrevia-se baixinho, amava-se baixinho.

Julgávamos ter estilhaçado o que fora medonha punição, e que éramos os donos do nosso destino. Foi quando uma marcha de José Mário Branco nos reenviou para a realidade: "Qual é a tua, ó meu / andares a dizer quem manda aqui sou eu?!" Todas as festas acabam em melancolia. A nossa fechou em carácter fúnebre. E nunca parou de assim ser, com breves intervalos cómicos. Abstenho-me de os mencionar, por evidentes. Os protagonistas foram promovidos.
De tropeção em tropeção, chegámos a isto. A decência e a dignidade têm sido espezinhadas; repetem-se os mesmos rituais de substituição com os mesmos rostos, idênticas mentiras, semelhantes desaforos. Sai Sócrates, entra Passos. O sotaque não é diferente. E a farsa, agora, é quase trágica. Passos não vai melhorar a vida portuguesa, e até já ameaçou com impostos quando, há dias, dissera rigorosamente o contrário. Por outro lado, na hipótese de uma "ampla" coligação, os senhores do poder admitem PS-PSD-CDS, mas rejeitam liminarmente José Sócrates. É uma situação improvável. Mas as negaças do poder dispõem de meios extremamente persuasivos. Tem-se, assim, que o secretário-geral do PS, reeleito com margem devastadora, é uma espécie de zombie. Que fazer com este homem?
A questão, permanentemente omitida, é que o infortúnio de muitos e os privilégios de meia dúzia assentam uma frase de Balzac: "Todas as fortunas têm origem num crime"; ou na interrogação de Garrett nas Viagens na Minha Terra: "Quanto custa um rico a um país?", e na consequente resposta: miséria, fome, desespero.
Tanto o PS quanto o PSD ou a tal coligação, antevista mas já vista, têm liquidado a nossa força e tripudiado sobre a nossa soberania. Não estão interessados nessas minudências. E nós vamo-los aceitando, com a benevolência indolente, que parece ser a marca de um mau fado e de uma inevitabilidade."

Como diria António Guterres, "É a vida...",  a nossa e muito triste...

domingo, 27 de março de 2011

Dormir menos... amar mais

Mudou a hora e dormimos menos, o que significa ter mais tempo para o amor, certo?




"La Javanaise"


J'avoue j'en ai
Bavé pas vous, mon amour
Avant d'avoir
Eu vent de vous, mon amour

Ne vous déplaise
En dansant la javanaise
Nous nous aimions
Le temps d'une chanson

A votre avis
Qu'avons nous vu, de l'amour
De vous a moi
Vous m’avez eu, mon amour

Hélas avril
En vain me voue a l'amour
J'avais envie
De voir en vous, cet amour

La vie ne vaut
D'être vêcue, sans amour
Mais c'est vous qui
L'avez voulu, mon amour

(Serge Gainbourg)
.................

Confesso que já estava apaixonado (mas tu não!), meu amor, mesmo antes de ter respirado o teu ar, meu amor. Na tua opinião, o que é que nós vimos do amor? Entre tu e eu... só eu fui “apanhado”, meu amor. Ah... em vão abril me consagra ao amor; o que eu desejava era ver em ti esse amor. Uma vida sem amor, não vale a pena ser vivida... mas foste tu quem quis assim, meu amor.
Não fiques zangada! Enquanto dançamos “La Javanaise”, amamo-nos... o tempo de uma canção.

sexta-feira, 25 de março de 2011

quinta-feira, 24 de março de 2011

Corridinho

Com margem para manobra ou sem ela, “a única certeza a longo prazo é a de que vamos todos estar mortos”, nós e eles.

Animem-se! 


quarta-feira, 23 de março de 2011

Pássaros, Passarinhos e Passarões

“-Temo por Vossa Alteza, reverendíssimo Senhor – alertava-o o embaixador Álvaro de Castro – ao aceitares a administração de um império cujo rei é pupilo, que nunca padeceu tantas necessidades como as de agora e cuja gente está tão pervertida que será mui dificultoso reformá-la. A corrupção que em Portugal se manifesta em todo o género de cousa mostra quão necessário é plantar novo reino, novos homens, novas leis, novos costumes.
- Como é possível que, possuindo nós todas as riquezas do Mundo, sejamos os mais pobres dele? – escandalizava-se ainda Pires de Távora. – A agricultura, que em toda a parte se estima o nervo principal das nações, aqui olha-se como insignificante ou inútil. Além do mais, os portugueses vivem adormecidos de alma e corpo, na indolência e gastando acima das suas posses.”

(Excerto do livro “D. Sebastião e o Vidente”, de Deana Barroqueiro, que ando actualmente a ler).

......................

Enquanto outros a esta hora lutam pelo amanho da Fazenda eu vou retirar-me sorrateiramente para o meu horto que não me engana e paga a horas certas. 

Neste meu quintal os passaritos têm sempre que comer cantam e são felizes, enquanto no outro... esvoaçam bandos de passarões esfomeados que não deixam sequer as sementes crescer.

terça-feira, 22 de março de 2011

Salva Vidas


Ao olhar para esta imagem que captei no passado domingo vem-me logo à cabeça o jogo do Gato e do (Largo) do Rato... Um conta com sete vidas, o outro não se deixa apanhar.

Salva(m) Vidas??? A quem?



Estes ao menos sabem dar-nos música. E da boa!

segunda-feira, 21 de março de 2011

Acordem para a Vida

Hoje inicia-se a Primavera mas quando menos esperarmos aí está o Inverno a bater-nos à porta…

É por essas e por outras que escolhi a “Pedra-Final” neste Dia da Poesia.

Acordem para a Vida!

Pedra-Final

Tanta gente,
tantos enredos
até ficarmos para sempre
quedos!

Para sempre? Não!
Que outros (exímios) seres
já trabalham na nossa remoção.

(Alexandre O´Neill)

domingo, 20 de março de 2011

A Primavera está aí


Abram a porta e deixem-na entrar.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Ontem e Hoje Neste Beco, Amanhã...

Ontem... as equipas portuguesas passaram aos quartos de final da Liga Europa, estão por isso de parabéns.


Hoje o tempo é de recolhimento, e contenção...


Amanhã será outro dia…

quarta-feira, 16 de março de 2011

Façam Como Nós... Cuidem-se!

Temos um tecto que nos abriga e comida farta a horas certas. "O trabalho", deixar-se afagar pela mão do dono, não incomoda e até nos ajuda a distrair.


Sair da “casinha dos pais”? Isso era o que eles queriam. Nem pensar! Uma coisa é "andar de rastos", outra é rastejar para preparar o salto. Afiem essas unhas e façam como nós... cuidem-se! 

terça-feira, 15 de março de 2011

"Admirável Mundo Novo"

É certo e sabido que as câmaras digitais vieram revolucionar por completo a forma como as imagens eram captadas. Visualizar as fotos logo a seguir ao disparo, poder apagá-las modificá-las imprimi-las enviá-las por e-mail, tornou-se hoje em dia algo banal, tudo se resume a um simples clique. É cómodo e bastante simples, quando outros nos desbravam o caminho, mas foi um longo percurso até chegarmos aqui. 


A semana passada tive o privilégio de ir ao MIMO (Museu da Imagem em Movimento) em Leiria e através de uma visita guiada ficar a conhecer um pouco mais este "Admirável Mundo Novo".


Camera Obscura

Lanterna Mágica

A Câmara Escura e a Lanterna Mágica são os antepassados mais longínquos das máquinas fotográfica e de projectar.


Praxinoscópio
Taumatrópio




















Na “Oficina do Olhar” o visitante tem ao seu dispor uma série de objectos, ligados às primeiras experiências de imagens animadas (Caixas Ópticas, Megaletoscópio, Panorama, Zootroscópio, Holograma, Espelho de Lorraine, Anamorfoses, Taumatrópio, Zootrópio... ) fascinantes.

Anamorfose

Há muito mais para ver e contar (soubesse eu fazê-lo…), vá por mim, com a ajuda do pessoal afecto ao museu a tarefa fica mais facilitada além de que a entrada é livre. Está à espera de quê, que comecem a cobrar?


(Imagens retiradas da Net)

domingo, 13 de março de 2011

Há dias assim...


...

Logo que a vida me não canse, deixo
Que a vida por mim passe
Logo que eu fique o mesmo.

Que importa àquele a quem já nada importa
Que um perca e outro vença,
Se a aurora raia sempre,

Se cada ano com a primavera
As folhas aparecem
E com o outono cessam?

E o resto, as outras coisas que os humanos
Acrescentam à vida,
Que me aumentam na alma?

Nada, salvo o desejo de indiferença
E a confiança mole
Na hora fugitiva.



(Ricardo Reis)

sexta-feira, 11 de março de 2011

As Quatro Estações do David e do Vivaldi





Sugestão para o fim-de-semana: este livro de contos de David Mourão Ferreira. Vera, Wanda, Beatriz e Erika, quatro personagens femininas que representam as quatro estações do ano, i.e., a Vida. 





(para abrir o apetite)

“...Não deixava de me agradar, como preâmbulo, aquele prometedor emprego de reticências. O mais detestável nas mulheres que já ultrapassaram os quarenta, costuma ser, durante o exórdio, o abuso dos dois pontos; e o ponto de exclamação, esse apenas se tolera até aos vinte e cinco. Mas as reticências, em qualquer idade, são ainda o melhor: pedras soltas colocadas no leito do rio, entre as duas margens, que por um lado facilitam a travessia e por outro lhe dão um semblante de aventura. Só mais tarde, se for caso disso, é que verdadeiras pontes devem ser lançadas. Há que nos contentarmos, de princípio, em ir saltando de pedra em pedra. Assim passei do vestíbulo para a sala de estar...”

(depois deixe-se relaxar com a música...)

quinta-feira, 10 de março de 2011

“Se Podes Olhar, Vê. Se Podes Ver, Repara”


O “post” que aqui deixei ontem nada tem a ver com o Ensaio Sobre a Cegueira embora seja notória a falta de visão de alguns visitantes. Se me derem o benefício da dúvida, convido-os a clicar na imagem abaixo e ampliá-la para poderem ver “claramente visto” aquilo que vos pretendi mostrar. As minhas desculpas por não ter sabido passar a mensagem.



quarta-feira, 9 de março de 2011

Ai Portugal, Portugal...

Vim à capital do Império e fiquei desolado…

O caso não é para menos…

Vejamos:

Que…

Os juros da dívida pública portuguesa continuem a subir…

E…

O desemprego não dê sinais de abrandar…

Para não falar no…

Preços dos combustíveis…

E…

Nos cortes dos vencimentos…

E nas reformas…

Tudo isso faz mossa…

Mas…

O pior…

Sim…

Pior que tudo…

É a nossa falta de soberania…

Querem ver ao que chegámos?

(Clique na imagem)

Um jardim com "flores" murchas... 

Preocupante, não?

terça-feira, 8 de março de 2011

Repto

Até abro mão deste Dia… se me deixarem todos os outros…

domingo, 6 de março de 2011

Banco Público Lança o Desafio

Tempo é dinheiro… e eu não me posso queixar…

Se procura uma rentabilidade interessante para as suas aplicações...

De curto médio ou longo prazo...

Sem correr riscos…

Ou...

Se sonha realizar aquele projecto até hoje sempre adiado…

Talvez lhe interesse saber que...

Existem várias soluções…

À medida das suas necessidades…

Sem spreads…

Sem comissões…

Sem despesas de manutenção…

Sem juros…

Neste banco…

Que não é privado...

E está ao acesso de todos...

Grandes e pequenos...

E que inspira confiança...

A quem nele deposita...

Mesmo de olhos fechados...

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Aqui…

Tão perto de si…

Para o servir...

Como merece...




sábado, 5 de março de 2011