terça-feira, 31 de agosto de 2010

ARoS Aarhus Art Museum

A manhã e uma parte da tarde foram dedicadas a visitar o Museu de Arte de Aarhus, sem pressas para aproveitar ao máximo todo o enorme potencial que ele tem para nos oferecer. Começámos por admirar a enorme escultura “Boy” do australiano Ron Mueck.




De seguida vimos “I Love You”, uma exposição sobre o Amor, onde o romance, a paixão, o sexo, a dor, a luxúria e o poder estiveram em evidência. Havia vários professores com seus alunos (crianças e adolescentes) em actividades didácticas. “De pequenino é que se torce o pepino”, caem os tabus, abrem-se as mentes como as janelas das casas sem estores que nos mostram o seu interior, uma vez que eles nada têm a esconder nem de que se envergonhar.



Nos trabalhos de Julie Nord há raparigas que se assemelham a bonecas, com imensas flores e animais fofinhos, que nos atraem mas ao aproximarmo-nos vemos que essas imagens são afinal bem grotescas.




Para o fim, “a cereja no topo do bolo”, pintura dinamarquesa da “Golden Age / Modernism”






e antes de sairmos ainda deu para espreitar a biblioteca do museu.



Caras ou Coroas?

O dia amanheceu cedo e fresco com muita luz e a temperatura chegou aos 16 graus. Como não choveu optámos por fazer passeatas por alguns dos locais mais emblemáticos desta cidade.
Saímos do nosso hotel, que fica junto ao Aahrus Theatre, por volta das nove horas para ir ter com “a nossa guia particular”. Da Ryesgade fomos até ao ponto de encontro, Radhuspladsen, junto ao edifício da Câmara Municipal, daí seguimos até à sala de concertos Musikhuset, que é considerada um dos centros culturais mais importantes da Dinamarca e ao lado deste fica o Museu de Arte (Aros Aahrus). Neste passeio apercebemo-nos da existência de algumas semelhanças com Amesterdão. Há imensas bicicletas, hippies, canais (em menor número) e urinóis a céu aberto. Como não havia ninguém a utilizá-los nesse momento, e eu vos queria mostrar como esta malta se alivia, improvisámos. Nisso do “desenrascanso”, pode não cheirar lá muito bem, nós somos bons e a imagem confirma-o.









 
 A boa disposição e o passeio continuaram, de mãos dadas, agora por Aboulevarden, artéria pedonal cheia de esplanadas junto a um dos canais e que nos levou até ao porto da cidade.
  
Como os nossos horários para comer, a educação e situação económica nada têm que ver com estes nórdicos, pouco nos interessava que fossem já horas de almoço, essas estipula-as o estômago e dele não vinham sinais. Prosseguimos o nosso passeio até á estação de comboios, entrámos nos Correios, depois no Posto de Turismo e delineada já a nossa retirada para Copenhaga, na próxima quinta feira, fomos finalmente conhecer a residência Universitária da estudante.
Confirma-se que está optimamente instalada, a renda “nem é assim tão cara” comparada com o custo da nossa estadia neste hotel, o meio envolvente em plena harmonia com a natureza, rodeada daquilo que nos faz roer de inveja, a juventude que um dia tivemos e que é hoje reconhecidamente deles. Posto isto e mesa posta atacamos num caril de camarão de Moçambique, previamente confeccionado com todos os temperos e onde não faltou uma generosa pitada de amor da “mãe galinha”.

Fosse do cheiro forte das especiarias ou questão do destino, a verdade é que partilhámos o nosso “banquete”, com todo o prazer, com um colega da nossa filha. E no final para mostrar ao André que não há almoços grátis “cravámos-lhes” com um cafezinho instantâneo. Depois disto acreditamos seriamente que ele tão cedo não se vai esquecer “desta pequena maldade”.

A meio da tarde ainda houve tempo para encher a dispensa e reforçar o guarda-roupa da estudante, este não estava no programa. E é assim que gastamos os dias, porque as coroas essas nunca as tivemos. Ficamos com o que resta, as caras alegres destes jovens e acham que é pouco?!...

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Aahrus / Dinamarca

Ter filhos a estudar no estrangeiro é óptimo, não é? Em primeiro lugar eles estão longe, não vêm a casa ao fim de semana, logo há mais sossego e depois sempre os podemos visitar sem que isso contrarie a sugestão do nosso presidente.

Foi precisamente isso que viemos fazer a Aahrus, certificar-nos que “a nossa menina” está bem. Ela está óptima! Move-se na cidade como se a habitasse há muito, por isso nos próximos dias será nossa guia e tutora.

sábado, 28 de agosto de 2010

Aniversário


Ontem a Eva, a minha sobrinha neta, fez dois anos e eu ofereci-lhe esta pequena lembrança. À noite, houve festa de aniversário em casa dos avós paternos, com muitos doces e bolos, cantaram-se os parabéns e apagaram-se as velinhas, uma, duas, três, várias vezes. A certa altura lembrei-me doutros aniversários…  

Aniversário
Fernando Pessoa
(Álvaro de Campos)



No TEMPO em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu era feliz e ninguém estava morto.
Na casa antiga, até eu fazer anos era uma tradição de há séculos,
E a alegria de todos, e a minha, estava certa com uma religião qualquer.

No TEMPO em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu tinha a grande saúde de não perceber coisa nenhuma,
De ser inteligente para entre a família,
E de não ter as esperanças que os outros tinham por mim.
Quando vim a ter esperanças, já não sabia ter esperanças.
Quando vim a olhar para a vida, perdera o sentido da vida.

Sim, o que fui de suposto a mim mesmo,
O que fui de coração e parentesco.
O que fui de serões de meia província,
O que fui de amarem-me e eu ser menino,
O que fui — ai, meu Deus!, o que só hoje sei que fui...
A que distância!...
(Nem o acho...)
O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!

O que eu sou hoje é como a humidade no corredor do fim da casa,
Pondo grelado nas paredes...
O que eu sou hoje (e a casa dos que me amaram treme através das minhas
lágrimas),
O que eu sou hoje é terem vendido a casa,
É terem morrido todos,
É estar eu sobrevivente a mim mesmo como um fósforo frio...

No tempo em que festejavam o dia dos meus anos...
Que meu amor, como uma pessoa, esse tempo!
Desejo físico da alma de se encontrar ali outra vez,
Por uma viagem metafísica e carnal,
Com uma dualidade de eu para mim...
Comer o passado como pão de fome, sem tempo de manteiga nos dentes!

Vejo tudo outra vez com uma nitidez que me cega para o que há aqui...
A mesa posta com mais lugares, com melhores desenhos na loiça, com mais       copos,
O aparador com muitas coisas — doces, frutas o resto na sombra debaixo do alçado —,
As tias velhas, os primos diferentes, e tudo era por minha causa, 
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos...

Pára, meu coração!
Não penses! Deixa o pensar na cabeça!
Ó meu Deus, meu Deus, meu Deus!
Hoje já não faço anos.
Duro.
Somam-se-me dias.
Serei velho quando o for.
Mais nada.
Raiva de não ter trazido o passado roubado na algibeira!...

O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!...





quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Há Sacanas à Sombra (*)

Depois de uns dias mais fresquitos, a fazer lembrar o Outono, a temperatura voltou a subir e agora o Sol é tão forte e intenso que até “assa canas à sombra”(*).


(*) Com o Novo Acordo Ortográfico ou cem ele aqui é você quem escolhe as linhas com que se coze.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Retrato





Retrato

Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios,
nem o lábio amargo.

Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração
que nem se mostra.

Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
— Em que espelho ficou perdida
a minha face?

Cecília Meireles



domingo, 22 de agosto de 2010

A(gente) nunca está a salvo...

Não nutro grande simpatia por Centros Comerciais, hoje foi uma excepção e por isso não conta, mas crise é crise e se não forem os pobres a ajudar os ricos quem o fará?

Com as compras já feitas e ainda imbuído nesse espírito de “fazer o bem sem olhar a quem”, resignei-me ir comer um insípido bife da vazia numa cervejaria, (que por questões patrióticas omitirei o nome), sem nunca mostrar desagrado ou protesto e sorrindo sempre para a minha cara-metade cada vez que as minhas papilas gustativas me ameaçavam trair.

Em seguida (“perdido por um perdido por mil”), como digestivo, decidimos (quem?) ir ao cinema. A escolha, que não foi fácil mas pacífica, recaiu entre o Toy Story 3 e o  Shrek. Após alguma hesitação acabámos por pedir dois bilhetes (sem pipocas), para ver um thriler - Salt.

Em duas palavras que vos posso dizer? A agente da CIA, Evelyn Salt (Angelina Jolie), ao ser acusada de ser uma espiã russa, tenta proteger o seu marido e escapar aos seus perseguidores. Para isso só lhe resta uma hipótese, fugir.

Que ela é muito boa e dispõe de um fortíssimo arsenal de fazer inveja ao mais dos belicosos dos homens já vocês todos devem saber, mas, a questão que se põe não é essa. Com todos esses proeminentes atributos estará ele, sim ele (o marido) a salvo? Vão ver e depois digam.

sábado, 21 de agosto de 2010

Intimidade













Intimidade


No coração da mina mais secreta,
No interior do fruto mais distante,
Na vibração da nota mais discreta,
No búzio mais convolto e ressoante,

Na camada mais densa da pintura,
Na veia que no corpo mais nos sonde,
Na palavra que diga mais brandura,
Na raiz que mais desce, mais esconde,

No silêncio mais fundo desta pausa,
Em que a vida se fez perenidade,
Procuro a tua mão, decifro a causa
De querer e não crer, final, intimidade.

José Saramago, in "Os Poemas Possíveis"

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Pensando em ti

Ainda se lembram desta velha (1978) canção dos Gemini agora na voz da Anabela?


Há coisas que tendem a melhorar com a idade, como certos vinhos, apesar de criarem depósito. O tempo, esse grande filtro que não dorme em serviço, irá decantar essas impurezas. Duvidam?



quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Abertura de caça 2010/2011

Segundo o calendário cinegético a abertura de caça para 2010/2011 começa já no próximo domingo. 


Receando que outros se antecipassem, zás! Com um simples disparo apanhei quase uma dúzia deles. Quero lá saber que me venham depois dizer que patos bravos há muitos. Estes já ninguém mos tira!!!

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

“Mens Sana in Corpore Sano”



Não gosto de ginásios e nada tenho contra quem os frequenta. Esta antipatia já vem de longe. Em miúdo preferi sempre a "chicha", dessem-me antes uma bolinha não me viessem cá com argolas nem barras nem trapézios, isso era tudo demasiado rígido e severo para mim, mas não tanto quanto a Mocidade Portuguesa onde íamos “… cantando e rindo…” mas “Levados, levados, sim”. Apesar desta incompatibilidade com os aparelhos nunca deixei de apreciar um belo corpo e é precisamente aqui que podem surgir as primeiras dúvidas, ou problemas.

Afinal o que é a Beleza? Filosoficamente falando havia aqui pano para mangas (cavas, curtas ou compridas), e eu, que também sei que nada sei de filosofia ou costura, nem me atrevo a mandar palpites ou tirar medidas. Platão, Sócrates, Kant lá tinham as suas ideias e eu cá tenho as minhas.

“Mens Sana in Corpore Sano”. É ao recordar esta frase da cultura grega que eu fraquejo e me sinto tentado a entrar nesses santuários do culto dos corpos lisos sem pregas ou celulite e, não é a falta de fé que me tem impedido de o fazer é, acima de tudo, saber o que lhes aconteceu. Estarei a ser demasiado severo comigo e com eles?



terça-feira, 17 de agosto de 2010

Caminante no hay camino


E foi assim, com este sorriso madrugador e bastante decidida, que partiste esta manhã para a Dinamarca sem nunca olhar para trás. Força Ana!!!





Poema Caminante No Hay Camino
de Antonio Machado



Todo pasa y todo queda,
pero lo nuestro es pasar,
pasar haciendo caminos,
caminos sobre el mar.

Nunca persequí la gloria,
ni dejar en la memoria
de los hombres mi canción;
yo amo los mundos sutiles,
ingrávidos y gentiles,
como pompas de jabón.

Me gusta verlos pintarse
de sol y grana, volar
bajo el cielo azul, temblar
súbitamente y quebrarse...

Nunca perseguí la gloria.

Caminante, son tus huellas
el camino y nada más;
caminante, no hay camino,
se hace camino al andar.

Al andar se hace camino
y al volver la vista atrás
se ve la senda que nunca
se ha de volver a pisar.

Caminante no hay camino
sino estelas en la mar...

Hace algún tiempo en ese lugar
donde hoy los bosques se visten de espinos
se oyó la voz de un poeta gritar
"Caminante no hay camino,
se hace camino al andar..."

Golpe a golpe, verso a verso...

Murió el poeta lejos del hogar.
Le cubre el polvo de un país vecino.
Al alejarse le vieron llorar.
"Caminante no hay camino,
se hace camino al andar..."

Golpe a golpe, verso a verso...

Cuando el jilguero no puede cantar.
Cuando el poeta es un peregrino,
cuando de nada nos sirve rezar.
"Caminante no hay camino,
se hace camino al andar..."

Golpe a golpe, verso a verso.



segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Só mais uma volta

Desenganem-se os que pensam que este “post” está relacionado com o ciclismo, nada disso, hoje é outra música.

E se há dias assim nostálgicos em que só nos apetece ficar por casa a ouvir melodias suaves, esse bálsamo que não cura mas alivia, outros haverá por certo bem diferentes deste.

Embora olhe muito para o meu umbigo, não nego, o meu egoísmo sendo grande não me impede de vos continuar “a dar música”, como esta do Tiago Bettencourt que se chama “Só mais uma volta”.

Gostaram? Eu adorei! Até me sinto ligeiramente melhor…

domingo, 15 de agosto de 2010

Asas servem para voar

Hoje a família que resta juntou-se, a outra também esteve presente e sempre estará. O motivo desta simples mas sentida reunião teve a ver com o facto da nossa pequenita, a Anita (Shorty para os amigos), partir dentro de dois dias para a Dinamarca (Aarhus) para ir fazer Erasmus.  

Na sua reduzida bagagem leva consigo muitos sonhos, próprios da juventude e não só, também carrega o nosso desejo de que caso algum não se concretize ela nunca deixe de sonhar.

Se num dia lhe demos as asas e noutro a ensinámos a voar agora, vê-la sair sozinha, nossos olhos humedecem. Será alegria antecipada de a ter em breve de volta para a ouvir e abraçar?

Era suposto colocar aqui uma foto, mas… prometo que no regresso nos voltaremos a reunir outra vez, valeu?

sábado, 14 de agosto de 2010

Já não há volta a dar



Não enche estádios mas por onde passa arrasta multidões - é a Volta.









Atraído pela cor e ruído envolvente o povo, bruto mas sincero, parco em palavras, gosta de a ver e acarinha-a como sabe, de maneira simples natural espontânea.













Esta prova está quase a terminar mas não esmoreçam, temos aí o futebol mais a classe política de volta, com novas tácticas e reforços prontos a dar o seu melhor e, ninguém quer ficar para trás para ser varrido.


Pode ser até que eu me engane mas, por mais que a malta pedale e se esforce, já não há volta a dar.

domingo, 8 de agosto de 2010

Cegonhas, bebés e outras histórias

Ontem à tarde saí do Pedrógão na bicicleta, com a máquina fotográfica na mochila, em busca de um casal de cegonhas que me havia aparecido dias atrás, no Vale do Lis entre o Coimbrão e a Vieira de Leiria, numa postura digna de registo. Apesar do muito que pedalei não o vislumbrei, rima e é verdade. O único sinal da sua presença foi o ninho, lá bem alto no cimo do poste.
Dizem que “a ponte é uma passagem”e “as conversas são como as cerejas”, não deixa de ser curioso que, “para a outra margem” me tenha deparado com um bonito painel colorido, no complexo desportivo da pequena povoação de Passagem – Vieira de Leiria, onde um jogador desprovido de visão remata à baliza dando a sensação de acertar no poste. 
Esta pequena história lembra-me uma pescadinha de rabo na boca daí ela terminar onde começou, i.e., junto ao mar, na minha praia de sempre.
Não vi as cegonhas, que trazem os bebés, mas topei com um casal de noivos e isso foi um presságio. Ao olhar para essa mulher recém-casada, no meio de três homens, a abrir sozinha a mala do carro e a livrar-se do ”bouquet” de flores, suspirei.
Admirados com este final? Queria ver-vos no meu lugar, depois de uns quantos quilómetros a pedalar, com a respiração ainda ofegante… 

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Mia - Gratidão felina

Quero aqui deixar uma palavra de agradecimento a todos aqueles que, das mais diversas formas, se preocuparam com o meu bem-estar e integridade física. Estou óptima e cada dia que passa melhor ainda. Quanto ao estado dos cortinados da sala e do meu dono já não posso dizer o mesmo, um apresenta mazelas por fora, o outro está ferido por dentro (deve ser stress traumático após o parto da minha mãe, entretanto esterilizada para evitar irmãos indesejados e perda de direitos já adquiridos).


Nesta sonolência aborrecida, sem rato que me distraia, fechada a sete chaves e impossibilitada de por o pé na rua, vingo-me no que encontro à mão. Um cabo de computador é óptimo, deitar livros das estantes abaixo, afiar unhas nas carpetes, sofás ou nas pernas das mesas e cadeiras, é altamente relaxante. Estão a ver como passo os dias? Quase morro de tédio.


Apesar desta minha tenra idade já sei que posso contar com sete vidas, o que é pouquíssimo. Tendo em conta que parte delas provavelmente até já as gastei e que o meu dono é bastante problemático, o melhor mesmo é não abusar da sorte e mostrar-me reconhecida. Sentar-me ao seu colo e fazer-lhe olhinhos será uma forma de lhe expressar a minha gratidão felina.

Mia (Muito Irreverente Animal)

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Faz crescer água na boca


Lembram-se de vos ter mostrado uma linda gatinha preta, muita meiga e vivaça, ainda sem nome, que mais tarde “baptizámos” de Mia? Nessa altura, olhando para esse inofensivo tufo de lã, qualquer pessoa, por mais insensível que fosse (como eu), sentia um apelo interior, um desejo enorme, uma vontade incontrolável de afagar, com todo o carinho possível, o pelo sedoso desse inocente bebé.


Como o tempo passa… e, inevitavelmente, tudo se transforma! Esse "pequeno monstro" continua a dar que falar e agora mais que nunca. Ontem, um pisa-papéis completamente estilhaçado, hoje, um vaso de flores quebrado com terra espalhada pelo sofá, amanhã…


Desistir a meio dum cozinhado nem parece coisa minha, por isso não me perdoo ter vacilado. Cada vez que me lembro desse pitéu… sinto água a crescer na boca (*).


(*) Assumo que possa ter sido o cozinheiro mas advinham quem foi o(a) fotógrafo(a)?

Atenção: (Os gatos estão todos bem e as únicas mazelas são pequenos arranhões nas minhas pernas e braços).

domingo, 1 de agosto de 2010

Suar as estopinhas

Há tanta gente a pintar ou a escrever tão bem que dou comigo a pensar, mas afinal o que é que eu ando aqui a fazer no meio desta canícula?

O melhor mesmo é ficar aqui na sombrinha, menos exposto, a ler uma das obras-primas da literatura erótica que a revista Visão tem vindo a publicar.

E, se alguém me vir com um ar meio afogueado, posso sempre alegar que esta temperatura me faz destilar pelos poros, não é verdade?!...