quinta-feira, 7 de agosto de 2014

A Gaivota



Se uma gaivota viesse
trazer-me o céu de Lisboa
no desenho que fizesse,
nesse céu onde o olhar
é uma asa que não voa,
esmorece e cai no mar.

Que perfeito coração
no meu peito bateria,
meu amor na tua mão,
nessa mão onde cabia
perfeito o meu coração.

Se um português marinheiro,
dos sete mares andarilho,
fosse quem sabe o primeiro
a contar-me o que inventasse,
se um olhar de novo brilho
no meu olhar se enlaçasse.

Que perfeito coração
no meu peito bateria,
meu amor na tua mão,
nessa mão onde cabia
perfeito o meu coração.

Se ao dizer adeus à vida
as aves todas do céu,
me dessem na despedida
o teu olhar derradeiro,
esse olhar que era só teu,
amor que foste o primeiro.

Que perfeito coração
no meu peito morreria,
meu amor na tua mão,
nessa mão onde perfeito
bateu o meu coração.

Alexandre O´Neill






6 comentários:

  1. Deixei a voz dela invadir a manhã e gostei do sotaque malemolente e doce.
    É aquela hora que criamos asas com cuidado para o coração continuar bater perfeito.
    De verdade ,estou é esperando essa gaivota me levar para ver o céu de Lisboa
    rs
    abraço Rui

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  2. A sua gaivota tem tanto brilho que até parece dourada!
    E o poema do D. Mourão Ferreira é muito bonito.E embora prefira a Amália, esta versão está muito boa!
    xx

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  3. Laura Santos:
    "O seu a seu dono". Esta gaivota, sobre o mar, é do Alexandre O´Neill, as do David estavam em terra.
    :)

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  4. Amália cantou este poema como ninguém.
    Que sentimento, que dor!
    Aquele abraço e votos de bfds!

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  5. É sem dúvida um lindo poema e uma líndissima interpretação esta! :)
    Obrigada pela visita! :) Abraço

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